Unidos para salvar o que resta de Notre-Dame
Só na sexta-feira será permitido voltar a entrar na catedral de Paris.
Ninguém entra na Catedral de Notre-Dame, no coração de Paris.
Por razões de segurança, só a partir de sexta-feira é que as autoridades acreditam poder entrar no monumento histórico para avaliar as reais consequências do incêndio que destruiu mais de metade da catedral, na segunda-feira.
Ao Correio da Manhã, uma fonte da polícia francesa explicou que nem "os agentes conseguem entrar porque bombeiros, arquitetos e outras forças estão a avaliar os riscos" de uma potencial derrocada. Recorde-se que o tecto da catedral ruiu por completo, bem como o pináculo, um dos símbolos da cidade.
No terreno, a história é diferente. Há relatos de esperança. Grande parte do tesouro escondido no edifício foi retirado a tempo durante o incêndio.
Além disso, a fachada com as duas torres está praticamente intacta, e durante o dia os bombeiros fizeram vistorias permanentes no topo da catedral para garantir que não há reacendimentos.
A investigação policial está temporariamente suspensa. Será preciso esperar que o interior da catedral esteja seguro para poder avançar com as perícias.
Para já, as autoridades mantêm a tese de acidente, uma vez que no local estavam a decorrer obras de restauro e os próprios andaimes alocados para os trabalhos foram muito afetados pelas chamas.
A polícia pretende interrogar os funcionários das empresas envolvidas nas obras. Sabe-se que o alarme de incêndio disparou às 18h20, menos uma hora em Portugal continental.
Só com o segundo alarme, que aconteceu cerca de meia hora depois, é que a catedral foi evacuada e os bombeiros começaram uma luta que duraria 15 horas.
Ricos vão doar 600 milhões à causa
Assim que abriu a boca, foi para fazer uma promessa: Emmanuel Macron disse, para toda a gente ouvir, que a catedral de Notre-Dame, grande orgulho da cidade de Paris, vai ser reerguida no prazo de cinco anos.
"Vamos reconstruí-la e ficará ainda mais bonita", garantiu o presidente francês. "Ao longo da nossa história, construímos cidades, portos e igrejas. Muito foi destruído e conseguimos sempre reconstruir."
Sob o efeito da comoção coletiva, milionários franceses anunciaram que tencionam fazer donativos avultados para ajudar nas obras: o objetivo é juntar 600 milhões de euros e devolver à cidade o seu monumento mais visitado.
Artistas de todo o Mundo serão chamados a participar no projeto, mas segundo o presidente da Ordem dos Arquitectos portuguesa, José Manuel Pedreirinho, vai ser preciso "inteligência e bom senso" para que Notre-Dame "continue a ser a manifestação e o símbolo de uma cultura: francesa, europeia e de toda a humanidade."
Refira-se que desde fevereiro até ao final de março deste ano, mais de dez igrejas francesas foram alvo de ataques ou pequenos incêndios.
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