Autor do massacre no Texas publicou mensagem racista na Internet antes do ataque

Patrick Crusius afirmou que o ataque era uma vingança pela invasão hispânica do Texas.

06 de agosto de 2019 às 01:30
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O autor do massacre que no sábado fez 22 mortos e dezenas de feridos num centro comercial em El Paso, Texas, conduziu mais de nove horas para levar a cabo o banho de sangue, e publicou uma mensagem racista e supremacista branca na internet pouco antes do tiroteio. Patrick Crusius, de 21 anos, afirmou que atacava para vingar a invasão hispânica do Texas.

"Que se f... , isto vai ser mesmo lixado, mas não posso esperar mais", escreveu, numa mensagem que colocou na internet cerca de uma hora e meia antes de causar um banho de sangue. Intitulada ‘Uma verdade inconveniente’, a longa mensagem, de 2300 carateres, afirma que "o ataque é uma vingança pela invasão hispânica do Texas" e frisa que está a defender o país "de uma substituição cultural e étnica trazida por essa invasão". O atirador confessa que não planeou o ataque: "Pensei que um ataque mal preparado mas com um manifesto seria melhor do que um ataque mais planeado sem um manifesto."

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Crusius diz que não se considera racista e garante que as suas convicções "são anteriores à campanha de Trump para a presidência".

O atirador fala também das armas que iria usar no ataque e refere uma espingarda de assalto AK-47 (ou Kalashnikov), mas adiantando que preferia recorrer a algo mais poderoso. Um vídeo de segurança mostra o atacante a entrar no Wallmart do Cielo Vista Mall armado justamente com uma AK-47.

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Uma vez que o centro comercial atacado é frequentado por muitas pessoas que se deslocam de Ciudad Juárez muitas das vítimas são mexicanas.

Crusius vivia em Allen e terá conduzido desde essa cidade até El Paso (cerca de 700 km). Afirmou-se disposto a morrer, mas acabou por se entregar sem resistência aos polícias que o interpelaram.

A atirador matou 22 pessoas (duas morreram ontem no hospital) e feriu 26 outras. A Justiça do Texas acusou-o ontem de homicídio, pedindo a pena de morte, mas Crusius pode ainda ser acusado de terrorismo e de crime de ódio.

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Vídeo mostra momento do ataque

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Pouco antes de chegar ao local, tinha feito a primeira vítima numa rua próxima. Na entrada do bar matou outras oito pessoas, sendo abatido a tiro pela polícia apenas 30 segundos depois de começar o ataque, ainda antes de entrar no bar. Uma das vítimas foi a irmã do atirador, cujos motivos são ainda um mistério.

Trump condena a violência racista e a intolerância

O presidente instou os americanos "a condenarem o racismo, a intolerância e o supremacismo branco", mas não respondeu aos que o acusam de apelar ao ódio racista com declarações contra negros e latinos. Trump afirmou que os autores dos ataques sofriam "de doenças mentais" e defendeu que "os que se revelarem um risco sejam impedidos de aceder a armas de fogo".

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Mas recusou falar de leis de controlo de armas, afirmando mesmo: "A doença mental e o ódio é que puxam o gatilho, não a arma".

PORMENORES

Avós afetados por notícia

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Os avós de Patrick Crusius afirmaram-se devastados. "Vivia connosco em Allen, Texas, enquanto frequentava o Collin College", afirmaram: "Saiu de nossa casa há seis semanas".

20 minutos sangrentos

O ataque de El Paso durou somente 20 minutos, mas apesar de breve é o oitavo mais sangrento da História dos EUA.

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Vítimas mexicanas

O governo mexicano confirmou ontem que três das vítimas mortais do ataque em El Paso eram mexicanos de visita à cidade.

Ataque na Nova Zelândia

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Na abertura da mensagem que publicou na net, Crusius confessa que foi inspirado pelo ataque de março a duas mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, que vitimou 51 pessoas.

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