Inundações causam destruição e morte no Brasil
Chuvas torrenciais originaram cheias que mataram 18 pessoas e deixaram quase 20 mil outras desalojadas. Em 24 horas, o nível do rio Cachoeira subiu mais de nove metros.
No que o governador regional Rui Costa classificou como a maior tragédia ambiental da história do estado da Bahia, as chuvas torrenciais que há vários dias castigam aquela região do Nordeste do Brasil já deixaram 18 pessoas mortas, duas desaparecidas e 19 580 desalojadas. Esta segunda-feira, segundo dados da Proteção Civil estadual, 72 cidades estavam em estado de emergência, 58 das quais total ou parcialmente debaixo de água.
Num dos exemplos mais graves da tragédia, o rio Cachoeira, um dos que cortam a região Sul da Bahia, a mais afetada, subiu, em 24 horas, mais de nove metros acima do seu leito normal, submergindo importantes cidades, como Itabuna e Ilhéus. Nesta última cidade, onde o governo regional instalou um gabinete de crise para fazer frente aos problemas causados pelas maiores chuvas do estado em 32 anos, as águas do rio subiram tanto que era possível avistar peixes a nadar onde antes era a pista do aeroporto.
Em dezenas de cidades foram atingidas milhares de casas, devendo boa parte delas ser derrubadas depois de as águas baixarem, pois ficaram em ruínas. O acumulo de água da chuva e dos rios transbordados foi tanto que submergiu totalmente até as raras construções de três andares existentes na região, onde a maioria das casas é térrea ou tem apenas dois andares.
Os Bombeiros da Bahia, apanhados de surpresa pela violência das cheias, tiveram de pedir auxílio a colegas de outros estados. Ante a indiferença do governo central, que enviou um ministro para sobrevoar a região mas até esta segunda-feira não tinha enviado auxílio prático, estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Ceará e Paraná enviaram lanchas e botes de resgate, helicópteros, dezenas de bombeiros e camiões com mantimentos e equipamentos de salvamento.
PORMENORES
Centenária em telhado
Pelo menos dez estradas importantes, seis federais e quatro estaduais, colapsaram total ou parcialmente, dificultando o socorro por terra.
A subida das águas foi tão rápida que a maioria das pessoas não conseguiu tirar nada de suas casas, fugindo da morte somente com a roupa do corpo.
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