Acusado de mandar matar casal de ativistas é ilibado no Brasil

Os dois homens que ele é acusado de ter contratado para cometerem as execuções foram condenados a mais de 40 anos de prisão cada um.

No final do julgamento, que durou dois dias e decorreu em clima de altíssima tensão, com uma multidão de populares ligados a movimentos sociais e agrários dentro e em redor do tribunal, os jurados absolveram o agricultor, José Rodrigues Moreira, considerando não haver provas suficientes de que foi ele o mandante do crime.

Já os executores, Alberto Lopes do Nascimento, acusado de ter sido o autor dos disparos, e Lindonjonson Silva Rocha, que também participou nos crimes, foram condenados, respetivamente, a 45 anos e a 42 anos e oito meses de prisão.

A absolvição do suposto chefe deles provocou revolta entre a multidão que cercava o Forum e um enorme tumulto.

A multidão ameaçou invadir o edifício e chegou a temer-se que tentasse fazer justiça com as próprias mãos, mas o forte contingente policial conseguiu evitar, não evitando, no entanto, que uma chuva de pedras partisse boa parte dos vidros do tribunal e danificasse a fachada.

Os dois ativistas rurais, José Cláudio e a companheira, Maria do Espírito Santo, foram executados à bala à queima-roupa em Maio de 2011.

Eles viviam no assentamento rural Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna, no interior do Pará, e denunciavam que grandes proprietários de terra, entre eles José Rodrigues Moreira, invadiam e tornavam suas fraudulentamente áreas públicas da floresta, e que se dedicavam à extração ilegal, nomeadamente de madeiras nobres.