Afastamento de Dilma votado hoje
Vão votar 65 membros efetivos da comissão.
A comissão especial da Câmara dos Deputados, em Brasília, que analisa o processo de destituição da presidente Dilma Rousseff vai votar no final desta segunda-feira o parecer do relator Jovair Arantes, que recomenda o afastamento da chefe de Estado brasileira pelo Congresso. Os debates do último dia começaram ainda de manhã e prolongam-se até às 18h00 locais (22h00 em Lisboa), quando a votação deve ser iniciada.
Ao todo votarão os 65 membros efetivos da comissão, que representam proporcionalmente os 25 partidos com assento na Câmara dos Deputados. O próximo passo, seja qual for o resultado da votação desta segunda-feira, será uma segunda e decisiva votação feita pelos 513 deputados da casa.
Os aliados de Dilma Rousseff já esperam uma derrota na votação de hoje, na comissão, onde, a avaliar pelos discursos já proferidos, os favoráveis ao afastamento da presidente têm maioria considerável. Por isso, os aliados do governo estão a apostar todas as fichas em convencer os restantes deputados – a esmagadora maioria –, que não fazem parte da comissão ou que ainda se declaram indecisos, visando conseguir apoio para a votação que realmente pode decidir o destino de Dilma, que se inicia na sexta-feira.
Durante o fim de semana, aliados do governo desdobraram-se em telefonemas, mensagens e encontros com deputados nos mais variados pontos do país onde eles descansavam ou consultavam as suas bases eleitorais. Ministros chegaram a ir à casa de parlamentares que passavam o fim de semana na praia, pedindo apoio à Presidente.
Para que o processo de destituição seja aprovado nessa votação de sexta-feira são necessários os votos de 342 deputados, dois terços da casa. Pelas últimas estimativas, nem a oposição ainda conseguiu esse número nem o governo tinha até hoje votos suficientes para travar o processo, o que dá uma importância imensa aos cerca de 80 parlamentares que até ao início desta segunda-feira ainda se assumiam como indecisos.
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