Votação decisiva no Parlamento agendada para sexta-feira.
A grande maioria dos deputados que participaram na longa e tensa sessão de análise do processo de destituição de Dilma Rousseff que antecede a votação de amanhã na comissão parlamentar assumiu-se favorável ao afastamento compulsivo da presidente pelo Congresso. A exaustiva sessão durou mais de 14 horas e só terminou na madrugada de ontem.
Dos 61 deputados que usaram da palavra, não menos de 40 defenderam a saída de Dilma da chefia do Estado, enquanto 20 defenderam a sua permanência e os restantes mostraram-se ainda indecisos. A maratona de discursos teve momentos de alta tensão e acusações enfáticas entre aliados de Dilma e opositores – cujo tom acalorado não conseguiu, no entanto, acordar alguns parlamentares vencidos pelo cansaço – e cenas curiosas, como a distribuição, ao longo da madrugada, de pão com manteiga e queijo ou mortadela para enganar a fome.
Amanhã, o relatório que os deputados tanto discutiram vai ser votado pelos 65 membros da comissão de análise, e, seja qual for o resultado, o documento será votado novamente na sexta-feira, desta feita pelos 513 parlamentares da Câmara dos Deputados. Para que o processo seja aprovado e encaminhado pela Câmara dos Deputados ao Senado, onde decorrerá o julgamento final, serão necessários 342 votos favoráveis, dois terços do total.
Avaliações consideradas próximas da realidade mostravam ontem que a oposição tem garantidos pelo menos 328 votos, menos do que os necessários para tirar Dilma do poder, enquanto os aliados da presidente teriam 105. Esta situação deixaria tudo nas mãos dos 80 disputadíssimos parlamentares que ainda se diziam indecisos. Caso o processo seja aprovado, Dilma será suspensa preventivamente de funções enquanto o caso é julgado no Senado.
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