Al-Qaeda da Síria poupa Ocidente

O líder de um dos maiores grupos rebeldes sírios revelou, em entrevista

à al-Jazeera, ter recebido "ordens claras" da al-Qaeda para não usar o conflito na Síria como plataforma para atacar a Europa ou os EUA.

"O nosso foco é tomar Damasco e derrubar o regime de Bashar al-Assad", afirmou Abu Mohamad al-Gholani, líder da frente al-Nusra, a mais poderosa das fações islamitas envolvidas no conflito sírio a seguir ao Estado Islâmico. Ambos os grupos têm as suas origens na al-Qaeda do Iraque, mas tornaram-se inimigos em 2013, quando o Estado Islâmico decidiu desligar-se da rede terrorista fundada por Osama bin Laden, enquanto a frente Nusra continuou a seguir as diretivas do seu sucessor, Ayman al-Zawahiri.

Segundo Gholani, que na entrevista aparece sempre de costas para a câmara, a ordem para não atacar o Ocidente terá partido do próprio Zawahiri, que quer a frente Nusra concentrada nos seus objetivos na Síria. Gholani admite, no entanto, que "todas as opções estão em aberto" se as suas posições continuarem a ser atacadas pela coligação liderada pelos EUA. "Temos o direito de nos defendermos", afirmou.

Os EUA consideraram a entrevista como "propaganda" e o regime sírio criticou duramente o canal de TV sediado no Qatar por dar tempo de antena a um terrorista procurado internacionalmente.