Apelo ao fim do uso do carvão e ambição de limitar a temperatura a 1,5ºC: As principais conclusões da COP26

Texto da declaração final da cimeira climática da ONU foi este sábado aprovado depois de longas negociações.

13 de novembro de 2021 às 21:41
COP26 Foto: Getty Images
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O texto da declaração final da cimeira climática da ONU (COP26) foi este sábado aprovado depois de longas negociações entre os líderes políticos e milhares de especialistas reunidos em Glasgow, na Escócia."Phase down": Suavização do apelo ao fim do uso do carvãoA declaração foi aprovada com uma proposta de última hora feita pelo ministro do ambiente indiano, Bhupender Yadav, que pretendia suavizar o apelo ao fim do uso de carvão. Assim, o ministro solicitou a mudança de formulação de um parágrafo em que se defendia o uso progressivo 

No final de duas semanas de conversações, que tiveram de ser estendidas por mais um dia para equilibrar as demandas das nações, conheça as principais conclusões da COP26. 

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"Phase down": Suavização do apelo ao fim do uso do carvão

"Phase down": Suavização do apelo ao fim do uso do carvão

A declaração foi aprovada com uma proposta de última hora feita pelo ministro do ambiente indiano, Bhupender Yadav, que pretendia suavizar o apelo ao fim do uso de carvão. Assim, o ministro solicitou a mudança de formulação de um parágrafo em que se defendia o uso progressivo 

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Deste modo, a Índia quis substituir o fim progressivo - "phase-out" - por uma redução progressiva - "phase down" -, uma proposta que foi aceite com manifestações de desagrado de várias delegações, como a Suíça, e a União Europeia e ainda de países mais vulneráveis às alterações climáticas. 

Ambição de limitar a temperatura a 1,5ºC

As negociações climáticas da ONU na Escócia terminaram com um acordo global que visa pelo menos manter vivas as esperanças de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, e assim manter a hipótese de salvar o mundo da crise climática.

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A ambição do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura a 1,5ºC é assim mantida, sendo que é também considerado necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010.

Reconhece-se que limitar o aquecimento global a 1,5ºC exige "reduções rápidas, profundas e sustentadas das emissões globais de gases com efeito de estufa, incluindo a redução das emissões globais de dióxido de carbono em 45% até 2030 em relação ao nível de 2010 e para zero por volta de meados do século, bem como reduções profundas de outros gases com efeito de estufa".

O Pacto salienta a urgência de reforçar a ambição e a ação em relação à mitigação, adaptação e financiamento nesta "década crítica" para colmatar as lacunas na implementação dos objetivos do Acordo de Paris, e nele pede-se aos países em falta que apresentem até novembro do próximo ano as suas contribuições para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

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Membros do Acordo de Paris exortados a duplicar financiamento climático

Apela-se aos países mais ricos e instituições financeiras para "acelerarem o alinhamento das suas atividades de financiamento com os objetivos do Acordo de Paris".

Recorde-se que, o compromisso de os países desenvolvidos reunirem 80 mil milhões de euros anuais para financiamento climático aos países menos desenvolvidos, ajudando-os a tomar medidas de mitigação de emissões poluentes e adaptação aos efeitos das alterações climáticas, foi assumido em 2009 e tinha como meta 2020.

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No texto "lamenta-se profundamente" o falhanço e pede-se aos países para pelo menos duplicarem as suas contribuições até 2025 em relação aos níveis de 2019, para dividir num "equilíbrio entre mitigação e adaptação".

Eliminação gradual dos combustíveis fosséis

Redução das emissões de dióxido de carbono

A COP26 aprovou o chamado livro de regras do Acordo de Paris, o que não tinha sido possível em reuniões anteriores. Trata-se das regras destinadas a ajudar a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2), impedindo por exemplo a dupla contagem do carbono (pelo vendedor e comprador).

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