As eleições vistas pelos portugueses na Catalunha
"Nós vivemos cá e vamos ser afetados para o bem e para o mal", diz portuguesa ao CM.
Francisco Serra Lopes, de 39 anos, vive há 15 em Barcelona, tem dupla nacionalidade e trabalha numa empresa de inteligência artificial, gerindo conteúdos na rede social TikTok.
"Creio que os partidos construíram o programa eleitoral com base num bode expiatório, que foram os catalães", indica ao CM o luso-espanhol, natural de Torres Vedras, um dos 23 mil cidadãos nacionais registados no consulado de Portugal na Catalunha.
Admite a possibilidade de, apesar de terem sido os partidos nacionalistas a obrigar Sánchez a antecipar as eleições – após a rejeição do Orçamento para este ano, em fevereiro -, a aliança de poder entre socialistas e independentistas se repetir: "Caso aconteça, demonstrará a vontade de voltar a acreditar na política, como se o povo dissesse aos políticos ‘Vá lá, vocês são capazes de superar este conflito’", referiu à reportagem do CM.
Já Judite de Assis, militar na reserva de 43 anos e há 11 em Barcelona, mostra-se preocupada com a subida da extrema-direita representada pelo Vox.
"Nós vivemos cá e vamos ser afetados para o bem e para o mal", diz ao CM. Considera que a questão da independência da Catalunha está a desgastar a política: "Há que haver bases e coerência de ambas as partes.
Estão a ficar tão colapsados e consumidos por esta questão que é necessário equilíbrio para poderem tomar uma decisão e ajudarem os cidadãos a escolher o que querem", afirma esta portuguesa.
Protesto em topless num comício do Vox
O último dia de campanha do Vox (extrema-direita) ficou marcado por momento de alguma tensão quando várias mulheres em topless irromperam num ato de campanha gritando palavras de ordem.
"Não é patriotismo, é fascismo", denunciavam as palavras pintadas no peito das manifestantes, que foram rapidamente intercetadas e detidas pela polícia.
Um incidente que não refreou o entusiasmo de Santiago Abascal, líder do Vox, que disse aos militantes que estas eleições são "uma escolha entre a Espanha viva e a anti-Espanha".
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