Bolsonaro admite que faltar a debates é estratégia

Candidato favorito à vitória nas presidenciais lembrou que tanto Lula como Dilma faltaram a debates e foram eleitos.

13 de outubro de 2018 às 01:30
Jair Bolsonaro Foto: EPA
Jair Bolsonaro na campanha das presidenciais do Brasil Foto: EPA
Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória Foto: EPA
Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória Foto: EPA
Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória Foto: EPA
Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória Foto: EPA

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Fortemente criticado por não ter ido a nenhum dos debates televisivos entre presidenciáveis alegando problemas de saúde, Jair Bolsonaro admitiu agora que as ausências podem ser estratégia de campanha. Ele reconheceu isso num ato no Rio de Janeiro que foi à mesma hora do primeiro debate da segunda volta, na TV Bandeirantes, ao qual faltou alegando ainda não estar recuperado do atentado sofrido a 6 de setembro.

"Existe a possibilidade, sim, de não ir a debates por questão estratégica", admitiu Bolsonaro no primeiro ato de campanha a que compareceu depois do ataque à faca em que sofreu ferimentos graves no abdómen Apesar das alegações de debilidade que usou para não ir ao debate na Band, ele fez um discurso de mais de 25 minutos, sem ter mostrado cansaço ou desconforto.

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Depois, através da internet, Bolsonaro complementou a resposta às críticas feitas principalmente pelo seu adversário na segunda volta, Fernando Haddad, do PT. Bolsonaro exibiu uma montagem de jornais da época e lembrou que tanto Lula da Silva, em 2006, como Dilma Rousseff, em 2010, ambos do partido de Haddad, também faltaram a debates e foram eleitos.

O momento mais crítico da troca de farpas entre os rivais aconteceu quando Haddad, depois de Bolsonaro anunciar que faltaria a mais um debate por os médicos considerarem que ainda não deve fazer esforços, se ofereceu para ir ter com o antagonista, incluindo, se fosse o caso, à enfermaria de um hospital. Bolsonaro, considerado até por pessoas próximas bastante explosivo, ficou furioso e respondeu com uma ofensa através do Twitter: "Calma, que a sua hora vai chegar, marmita de corrupto preso", escreveu ele, referindo-se às sucessivas visitas de Haddad ao ex-presidente Lula da Silva na cadeia onde este cumpre pena por corrupção.

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PORMENORES

Ditadura e carnaval

Em entrevista à Rádio CBN, Jair Bolsonaro, ex-capitão do Exército, voltou a defender a ditadura militar que governou o Brasil durante 21 anos e minimizou o número de mortos e desaparecidos nesse período (400), afirmando que num único carnaval morre o mesmo número de pessoas e ninguém diz nada.

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Nega culpas por violência

Na mesma entrevista, Bolsonaro rejeitou qualquer responsabilidade nos ataques levados a cabo por apoiantes seus contra eleitores do rival do PT, de que já resultou a morte de pelo menos um homem de 63 anos, afirmando que votaram nele 48 milhões de pessoas e que não pode ser responsabilizado pelo que faz cada uma delas faz.

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