Bolsonaro promove deputado cadastrado

Amigo dos filhos do Presidente foi condenado a oito anos e nove meses de cadeia, mas um perdão livrou-o da pena.

Jair Bolsonaro perdoou a pena a deputado Foto: Reuters
Daniel Silveira, amigo dos filhos do Presidente brasileiro, foi condenado a oito anos e nove meses de cadeia Foto: Reuters

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Insignificante até então na política brasileira, o deputado Daniel Silveira tornou-se nos últimos 10 dias uma estrela da direita radical do Brasil, a ponto do Presidente, Jair Bolsonaro, enfrentar o Supremo Tribunal (STF) para anular uma sentença de prisão contra o parlamentar. Este domingo, convocados por Bolsonaro, radicais foram às ruas em desagravo a Silveira e contra o STF.

Daniel Silveira, amigo dos filhos de Bolsonaro, foi condenado a 20 de abril pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por atacar a Democracia e ameaçar matar juízes daquele tribunal. Menos de 24 horas depois, em pleno feriado de Tiradentes, dia 21, Bolsonaro publicou um decreto extraordinário de indulto, inédito, e perdoou-lhe a pena. A seguir foi homenageado e até recebeu um quadro com a cópia do indulto, durante uma festa no palácio presidencial. Coroando a ascensão, foi nomeado membro da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Parlamento, e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública.

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O polémico parlamentar tem um histórico de agressividade que o fez ser expulso da polícia do Rio de Janeiro, mas também o levou para o Congresso com o apoio de Bolsonaro. Nas eleições de 2018, chamou a atenção do então candidato e hoje Presidente ao arrancar da parede e partir uma placa de rua com o nome de Marielle Franco, vereadora carioca de esquerda assassinada meses antes por um miliciano, vizinho da família Bolsonaro.

Usado por Bolsonaro para desafiar o STF e instigar os seguidores mais radicais, Silveira sonha ser candidato a senador nas eleições de outubro, mas é pouco provável. Juristas e juízes do STF dizem que o indulto livra realmente o deputado da cadeia mas não das penas secundárias, como a perda do atual mandato e a ilegibilidade pelos próximos oito anos.

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Nos vídeos que divulgava nas redes sociais e que levaram à sua condenação, Daniel Silveira exibia armas e ameaçava matar juízes do Supremo.

Quando preso pela Polícia Federal, resistiu e ameaçou matar a agente que o levava pelo braço, caso ela não o largasse.

Durante a prisão domiciliária, no ano passado, Daniel Silveira, retirou a pulseira eletrónica e deixou-a em casa enquanto saltava o muro para a casa vizinha, 

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num claro desafio à Justiça.

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