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Presidente de partido aliado de Bolsonaro é preso por incitamento à violência e ataques ao Supremo

Roberto Jefferson é uma figura central na política brasileira há muitos anos, curiosamente em lados antagónicos.

13 de agosto de 2021 às 16:39

A Polícia Federal (PF) brasileira prendeu esta sexta-feira o ex-deputado e actual presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, Roberto Jefferson, um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro. Jefferson foi preso em casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do estado do Rio de Janeiro, por ordem do juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que comanda uma investigação contra organizações que ameaçam a democracia.

De acordo com o mandado de prisão preventiva expedido pelo magistrado, Roberto Jefferson faz parte de uma organização criminosa, chamada no despacho de "milícia digital", que ataca incessantemente as principais instituições do país, principalmente o próprio STF, incita ao ódio e à violência contra juizes e personalidades contrárias ao presidente Bolsonaro e defende actos inconstitucionais, como uma intervenção militar que perpetue o actual chefe de Estado no poder. Pouco antes de ser preso em casa, Jefferson publicou nas suas redes sociais novos ataques ao STF, citando nominalmente o próprio Alexandre de Moraes, a quem chamou de "canalha" e "cachorro".

Roberto Jefferson é uma figura central na política brasileira há muitos anos, curiosamente em lados antagónicos. Primeiro, o presidente do PTB foi um dos principais aliados do então presidente brasileiro Lula da Silva, depois rompeu com ele e denunciou o famoso escândalo de corrupção que ficou conhecido como "Mensalão", pelo qual chegou a ser condenado e cumprir vários anos de cadeia, e, mais recentemente, passou a ser aliado de Jair Bolsonaro, tornando-se um dos símbolos da ala mais radical do bolsonarismo.

Jefferson é o segundo político aliado de Jair Bolsonaro a ser preso pelo seu radicalismo. O deputado Daniel Silveira, outro seguidor ultraradical de Bolsonaro, está preso há vários meses pelos mesmos motivos, incitação ao ódio e à violência e ataques pessoais contra juizes do Supremo Tribunal, um dos alvos preferenciais do bolsonarismo porque limita as pretensões autoritárias do actual chefe de Estado brasileiro.

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