Bolsonaro quer que invasão a propriedade privada seja considerada terrorismo
Para o candidato cada cidadão precisa ter a sua própria arma para poder defender a sua propriedade de invasores e ocupações.
O candidato favorito à segunda volta das presidenciais brasileiras do próximo dia 28, Jair Bolsonaro, avançou com mais uma proposta radical, que promete tornar lei se for eleito presidente. Bolsonaro quer tornar crime de terrorismo qualquer invasão de propriedade privada, como as que são levadas a cabo em grandes cidades como São Paulo pelo MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem Tecto, cujo líder, Guilherme Boulos, citou.
"Vocês devem ter visto um vídeo de ontem, ou anteontem, do Boulos a insuflar uma massa enorme para invadir, ocupar a minha residência. O que vocês fariam se o Boulos e 2000 pessoas ameaçassem invadir as vossas residências? Se eu for o presidente e o parlamento assim o entender, nós vamos tipificar como terrorismo qualquer invasão de propriedade privada", declarou Bolsonaro num vídeo na internet.
O capitão da Reserva do Exército referia-se a um comício realizado em São Paulo por entidades de esquerda, entre elas o MTST, em que a multidão gritava que se devia invadir o apartamento de Bolsonaro no elegante bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em resposta à multidão, Boulos afirmou que o MTST só invade propriedades improductivas, mas, em tom de brincadeira, complementou depois que a casa do presidenciável realmente não lhe parece lá muito produtiva.
Ainda no sentido de proteger, como ele definiu, a posse de todas as propriedades privadas pelos seus legítimos donos, Bolsonaro avançou uma outra proposta radical e muito criticada, adiantando que, se for eleito, vai propor imediatamente ao Congresso a facilitação da compra de armas de fogo pelos cidadãos. Segundo explicou, cada cidadão precisa ter a sua própria arma para poder defender a sua propriedade de invasores e ocupações.
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