Candidato às presidenciais russas que é contra a guerra na Ucrânia diz ter sido impedido de concorrer às eleições
Comissão Eleitoral Central russa encontrou alegadas falhas nas assinaturas recolhidas por Boris Nadezhdin.
Boris Nadezhdin assegurou ter sido impedido de registar a candidatura às eleições presidenciais na Rússia, avançou esta quinta-feira a agência Reuters.
Através de uma publicação na rede social Telegram, Nadezhdin prometeu contestar a decisão no Supremo Tribunal russo. "Recolhi mais de 200 mil assinaturas em toda a Rússia. Realizámos a recolha de forma aberta e honesta. As filas na nossa sede e pontos de recolha foram monitorizadas por todo o mundo", escreveu.
Com 60 anos e membro da Iniciativa Civil, é o único candidato presidencial que se manifestou contra a "operação militar especial", ou seja, a guerra na Ucrânia, além de criticar repetidamente a atual governação.
Nascido em Tashkent, capital do Uzbequistão, é formado em Física e Direito.
O início da carreira política data de 1990, como membro do Conselho Municipal de Deputados do Povo de Dolgoprudni, pequena cidade dos arredores da capital.
Em 1997, aparece como conselheiro de Boris Nemtsov, participou na redacção dos estatutos da Gazprom, bem como de outras empresas do setor energético. No ano seguinte, é nomeado assistente do primeiro-ministro, Serguei Kiriyenko.
No programa eleitoral promete libertar os presos políticos, pôr termo à guerra e restabelecer as relações com os países vizinhos.
Com o mais destacado oposicionista russo, Alexei Navalny, detido numa prisão de alta segurança, e o mais jovem Vladimir Kara-Murza condenado no ano passado a 25 anos de cadeia, a oposição ao Kremlin debate-se com dificuldades para encontrar uma figura de referência, papel que cabe cada vez mais a Nadezhdin.
O candidato anunciou em janeiro que já tinha recolhido mais de 100 mil assinaturas, número necessário para se registar oficialmente como candidato às eleições.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt