Casal de empresários é feito refém dentro do carro e obrigado a fugir à polícia a alta velocidade em São Paulo
Acidente colocou um ponto final à fuga, mas casal ficou dentro do carro com a arma apontada à cabeça durante três horas.
Um casal de empresários ficou sob a mira da arma de um criminoso dentro do próprio carro, que é blindado, por quase três horas numa rua da zona norte da cidade brasileira de São Paulo na manhã desta sexta-feira, após uma tentativa frustada de roubo e perseguição por vários quilómetros. Ferido na cabeça durante uma troca de tiros com a polícia num momento em que deixou o carro blindado para poder atirar, o criminoso, identificado somente como Bruno, de 30 anos, rendeu-se ao perceber que não tinha como escapar, após o automóvel ter batido em outros veículos e ser cercado por dezenas de agentes de elite da Polícia Militar.
Bruno e outros dois criminosos abordaram um carro de luxo na região do Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital paulista, perto das 7h30 (11h30 em Lisboa), anunciaram o assalto e tomaram conta do veículo, forçando as vítimas a ir com eles. Uma testemunha alertou a polícia, e, com o uso de radares inteligentes, que identificam as matrículas de carros roubados, dezenas de viaturas policiais iniciaram uma perseguição em alta velocidade por ruas de vários bairros da zona norte.
Quilómetros depois, e com a polícia a cercar por todos os lados, o dono do carro, que estava ao volante e tinha guiado em alta velocidade com a arma do criminoso encostada à cabeça, perdeu o controle do SUV, bateu num autocarro e em vários carros e parou com a suspensão do veículo partida na Estrada do Sabão, na região da Brasilândia. Dois dos criminosos desceram e conseguiram fugir para a favela da Brasilândia, para onde provavelmente iriam levar as vítimas para cativeiro, e o terceiro assaltante desceu igualmente e trocou tiros com a polícia, sendo atingido e voltando para o interior do carro para ter a protecção da blindagem.
Cercado por um impressionante efetivo da polícia, com o apoio de helicópteros, drones e até um robot com câmaras especiais, o criminoso recusou inicialmente render-se e, mesmo cercado e sem qualquer possibilidade de sair livre daquela situação, continuou a cometer crimes e obrigou o casal a fazer inúmeras transferências bancárias através de aplicações no telemóvel, que depois ele mesmo destruiu para dificultar o rastreamento. Quase três horas depois, quando as vítimas não tinham mais dinheiro, ele pediu à polícia água e cigarros, entregues pelo robot, exigiu a presença dos pais, da namorada e da imprensa, e finalmente libertou um dos reféns, saindo minutos depois do automóvel usando o outro refém como escudo e foi preso.
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