Condenado a 17 anos de prisão radical bolsonarista acusado de invadir o congresso do Brasil

O Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) condenou na tarde desta quinta-feira, 14 de setembro, a 17 anos de prisão o primeiro arguido a ser julgado pelos violentos ataques levados a cabo em Brasília no dia 8 de janeiro por seguidores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro. Aécio Lúcio Costa Pereira foi o primeiro condenado de uma gigantesca lista de 1365 arguidos pelos mesmos crimes, que serão julgados de forma individual nas próximas semanas.

Oito juízes do STF votaram pela condenação de Aécio pelos cinco crimes de que é acusado, incluindo tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, do que resultou o total da pena. Outros três juízes, dois deles indicados por Jair Bolsonaro, rejeitaram a acusação de tentativa de golpe e aceitaram somente a condenação por depredação de património público, que corresponderia a uma pena suspensa de dois anos, mas foram derrotados.

Aécio foi um dos milhares de extremistas seguidores de Jair Bolsonaro que em 8 de janeiro, uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva como novo presidente, marcharam sobre Brasília e invadiram e vandalizaram o Congresso, o palácio presidencial e o próprio tribunal. Os manifestantes exigiam uma intervenção militar que derrubasse Lula e reconduzisse ao poder, dessa feita como ditador, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O radical bolsonarista condenado esta quinta-feira foi um dos participantes na invasão ao Congresso e fez questão de mostrar isso nas suas redes sociais, tal como a maioria dos acusados, imagens que ajudaram a comprovar os seus crimes e a condená-lo. Aécio, que está preso até hoje numa penitenciária de Brasília, fez questão nesse dia de se sentar na cadeira do presidente do Congresso, e, usando uma camisola onde estava escrito "intervenção militar já", de incentivar a população para ir às ruas pedir aos militares para darem um golpe.