Congresso quer ter acesso à versão "não censurada" do relatório de Mueller
Querem texto para poder apurar se há bases para uma acusação de obstrução da Justiça contra Trump.
O Comité Judicial do Congresso dos EUA requereu esta sexta-feira o acesso à versão "não censurada" do relatório da comissão de Robert Mueller sobre o alegado conluio entre Donald Trump e a Rússia.
O pedido do comité surge um dia depois de o procurador-geral dos EUA, William Barr, tornar pública uma versão com cortes, alegadamente por razões de segurança e não para deturpar as conclusões de dois anos de investigação.
O relatório não é conclusivo quanto ao delito mais grave em que Trump pode ter incorrido, o de obstrução da Justiça, mas Mueller lista 11 situações nas quais o presidente tentou parar a investigação ou influenciar testemunhas.
Mueller terá ficado aquém de uma acusação a Trump para respeitar a tradição do Departamento de Justiça de não acusar um presidente em exercício. Mas deixou essa possibilidade em aberto ao frisar: "O Congresso pode aplicar as leis de obstrução ao exercício corrupto do poder de um presidente, seguindo o sistema constitucional e o princípio de que ninguém está acima da lei".
Jerry Nadler, presidente do Comité Judicial, pareceu disposto a seguir essa via ao afirmar logo que as 448 páginas do relatório foram divulgadas: "Há indícios perturbadores de que Trump incorreu em obstrução da Justiça."
Contudo, a 18 meses das eleições presidenciais de 2020, uma destituição de Trump divide até a oposição democrata, não sendo credível que venha a ser viabilizada no Congresso.
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