Conheça a história de Mariyka, a única bebé que nasceu na zona de exclusão de Chernobyl
Pais da jovem recusaram-se a sair do local porque as autoridades não lhes ofereceram habitação alternativa.
Chama-se Mariyka, tem 19 anos e é a única jovem que nasceu na zona de exclusão de Chernobyl na Ucrânia. A sua história volta a fazer correr tinta internacionalmente após o sucesso da série de cinco episódios da HBO que relata o pior acidente nuclear do mundo em 1986 na Ucrânia.Contra todas as probabilidades, a adolescente transformou-se numa jovem saudável e a única que nasceu e cresceu perto do reator que explodiu. De acordo com o jornal britânico Sunday Express, Mariyka é atualimente estudante universitária em Kiev. Quando ela nasceu, em 1999, as autoridades ucranianas tentaram esconder o seu nascimento. A sua família vivia ilegalmente na zona de exclusão apesar dos perigos inerentes a habitar naquele local após o desastre nuclear.
Os pais de Mariyka recusaram sair de Chernobyl porque as autoridades não lhes ofereceram uma habitação alternativa. Acabaram por ser perseguidos e acusados pelas autoridades locais de estar a "assassinar" a sua filha.
A jovem foi alimentada com os peixes do rio cujos contadores Geiger - que mediam a radiação ionizante - registaram valores preocupantes e com o leite das vacas que os pais tinham.
A mãe, Lydia Sovenko, foi obrigada a desmentir rumores sobre a saúde da filha. "Se as pessoas acham que ela é uma mutante, ou que tem duas cabeças, estão bastante enganadas", revelou numa entrevista.
Mariyka trabalha num bar para pagar os seus estudos e não pensa no passado. Segundo um amigo citado pelo Sunday Express, a jovem vê o local onde nasceu como "um estigma" e é para si doloroso saber que é a única criança nascida e criada na zona de exclusão.
"As pessoas daqui acreditam que Mariyka é um símbolo do renascimento de Chernobyl, um sinal de Deus que eles interpretam como uma bênção para viver aqui, e que a vida está voltando para este lugar arruinado", afirmou Lydia, agora com 66 anos.
Chernobyl continua a lutar contra a terrível contaminação nuclear que sofreu há 33 anos.
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