Críticas de Khashoggi no Whats App precipitam homicídio

Correspondência entre o jornalista e um ativista exilado no Canadá arrasavam Mohammed bin Salman.

02 de dezembro de 2018 às 23:20
O jornalista Jamal Khashoggi Foto: Direitos Reservados
O jornalista Jamal Khashoggi Foto: Getty Images
Omar Abdulaziz, o ativista com quem Khashoggi falava Foto: Getty Images
2018-10-Jamal Khashoggi foi ao consulado saudita de Istambul no dia 2, para tratar de um documento para casar com uma turca, e nunca mais foi visto saudita2.jpg Foto: Reuters
Jamal Khashoggi Foto: EPA
O Jornalista Jamal Khashoggi Foto: Direitos Reservados
Omar Abdulaziz, o ativista com quem Khashoggi falava Foto: Getty Images

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Foram mais de 400 as mensagens de WhatsApp trocadas entre Jamal Khashoggi e um ativista saudita exilado no Canadá, Omar Abdulaziz, que poderão explicar o que levou o jornalista a transformar-se "num alvo" dado a sua forte resistência ao regime.

Segundo a cadeia delevisiva CNN, que terá tido acesso às mensagens, Khashoggi considerava o príncipe Mohammad bin Salman uma "besta" e um "pac-man" capaz de comer tudo o que encontrasse pelo caminho. As mensagens eram centradas no descontentamento do jornalista com o comportamento do príncipe saudita e incluiam fotografias, gravações de voz e vídeos."Quanto mais vítimas come, mais vítimas quer comer", escreveu Khashoggi em maio. "Não ficarei surpreendido se a opressão atingir até aqueles que estão do seu lado" disse ainda após um grupo de ativistas sauditas ter sido pressionado pelas autoridades.Das palavras os dois homens terão partido para a ação e planeavam criar um movimento juvenil online com o objetivo de atacar o Estado saudita.Em agosto, o jornalista revelou suspeitar de que as conversas pudessem estar a ser intercetadas pelas autoridades ao saber que os funcionários do governo estavam cientes do projeto online da dupla. "Deus nos ajude", escreveu Khashoggi. Dois meses depois, o mau presságio viria a confirmar-se e Jamal foi morto na embaixada da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.O ativista saudita, com quem o jornalista falava frequentemente, revelou à CNN sentir-se culpado pelo que aconteceu."A invasão do meu telemóvel desempenhou um papel importante no que aconteceu com o Jamal. A culpa está a matar-me", assumiu.

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