Dilma garante que não renuncia
Presidente lembra que foi eleita de forma legítima e diz que clima de intolerância é fomentado pelas elites.
A presidente brasileira Dilma Rousseff, acossada pelo escândalo de corrupção Lava Jato e com apenas 8% de aprovação popular, garantiu que não pensa em renunciar ao cargo. Em entrevista ao canal de televisão SBT, acusou as elites do clima de intolerância, mas disse não acreditar na possibilidade de um golpe de Estado.
"Jamais penso em renunciar. Porque não é possível que alguém, discordando de algum processo ou política, pretenda tirar um representante, no caso, a presidente, legitimamente eleito pelo voto popular", disse Dilma, que recusou também especular sobre um possível golpe para a afastar do poder: "A cultura do golpe ainda existe no Brasil, mas não acredito que haja condições materiais para ocorrer."
Mais de dois milhões de pessoas são esperadas domingo nas ruas de São Paulo, numa gigantesca manifestação a favor da destituição da presidente. A pressão para o afastamento de Dilma do cargo aumentou fortemente após a prisão há dias de José Dirceu, antigo ministro da Casa Civil de Lula da Silva, e do seu irmão, Luiz Eduardo, acusados de movimentações financeiras ilícitas que podem ter favorecido a campanha da presidente e de ter ligações a Portugal. Dirceu esteve em Lisboa a fazer contactos com políticos e empresários em 2010 e no ano seguinte enviou o irmão com a mesma missão. Segundo o ‘Público’, Luiz Eduardo encontrou-se nessa ocasião, entre outros, com o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado.
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