“Escavámos com as mãos para fugir” contam jovens tailandeses

Dois menores contaram aos pais como sobreviveram ao medo e à fome durante 17 dias.

14 de julho de 2018 às 01:56
O treinador (à esquerda) e os 12 ‘Javalis Selvagens’ antes de entrarem na gruta Foto: Direitos Reservados
resgate, Tailândia, gruta, drenagem de água, mergulhadores, médico Foto: CMTV
mergulhador, Tailândia, gruta, resgate Foto: CMTV
gruta, Tailândia, futebolistas Foto: CMTV

1/4

Partilhar

Um dos menores resgatados da gruta tailandesa de Tham Luang contou ao pai que tiveram de "escavar na lama com as mãos para abrir uma passagem e chegar a uma zona mais elevada" que os mantivesse a salvo da subida da água. Outro menor, o mais jovem de todos, de apenas 11 anos, contou, por seu lado, que o grupo só pensava passar uma hora na gruta, pelo que as mochilas com comida ficaram na entrada.

Quando o grupo vinha a sair, foi travado pela inundação súbita. "A água estava a subir rapidamente, mas o treinador disse-lhes para cavarem um túnel com as mãos", contou o pai de Duangpetch Promthep, ou ‘Dom’, que fez 13 anos durante o isolamento na gruta.

Pub

O local elevado onde se refugiaram, depois de caminhar, quase submersos, por vários túneis, era muito pequeno. "Às vezes não havia espaço para todos se sentarem, por isso faziam turnos, uns sentavam-se enquanto outros ficavam de pé", disse Dom, contando que o treinador os ensinou a meditar para manterem o ânimo e resistirem à fome e ao medo. Foi também o treinador, Ekkapol Chantawong, de 25 anos, que lhes ensinou a beber a água que caía do teto. Sem isso não teriam sobrevivido nove dias até serem encontrados por mergulhadores britânicos.

Esta versão foi confirmada pelo mais jovem dos rapazes. Chanintr, de 11 anos, internado em Chiang Rai com o treinador e os 11 companheiros. "Estava muito frio de noite", contou à mãe, Ikan, de 33 anos. "Após as primeiras noites sem comida, o meu filho tinha muita fome e chorou", disse. Como Dom, o mais pequeno diz que foi auxiliado pelo treinador, que o abraçou para não ter frio e lhe ensinou técnicas para vencer o medo e resistir à fome.

Pub

A alegria foi tal quando viram os mergulhadores que alguns rapazes esqueceram-se de que não sabiam nadar, disse Dom, "e caíram à água para abraçar os salvadores".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar