Estratega de Trump vai ajudar radical de direita que lidera as presidenciais no Brasil
Jair Bolsonaro lidera as sondagens a menos de dois meses da primeira volta das presidenciais.
O estratega político da campanha que levou Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016, Steve Bannon, vai ajudar na campanha do deputado brasileiro de extrema-direita Jair Bolsonaro na corrida para as presidenciais de outubro no Brasil. Bolsonaro lidera as sondagens a menos de dois meses da primeira volta das presidenciais, a 7 de outubro, e a informação de que Bannon o ajudará na reta final foi avançada por um dos filhos do candidato, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Bannon foi considerado um dos grandes responsáveis pela surpreendente vitória de Trump, mas ficou pouco tempo no governo norte-americano. Depois de diversas divergências com Trump, Steve Bannon deixou o executivo e agora preside a uma fundação que apoia as tentativas de candidatos do que ele chama "direita alternativa" a chegarem ao poder em várias partes do mundo.
Segundo o próprio Eduardo Bolsonaro, Bannon acompanha há muito a ascensão de Jair Bolsonaro no cenário político brasileiro e está impressionado com a crescente popularidade do antigo capitão do Exército, mas considera que a missão do brasileiro ao tentar chegar à presidência é bem mais difícil do que a enfrentada dois anos antes por Trump nos EUA. Já Eduardo Bolsonaro tem bastante esperança na vitória do pai, cujo discurso radical conseguiu agregar uma legião de brasileiros indignados com a corrupção, assustados com a violência e sufocados pela crise económica, e vê muitas semelhanças entre o pai e o também presidente dos Estados Unidos.
"O mesmo tratamento que tem o Trump lá é o que se dispensa ao Bolsonaro aqui, todos esses rótulos e tudo mais. É praticamente a mesma coisa. Os dois brigam contra o establishment de maneira independente", reforçou o filho do candidato brasileiro.
Apesar de ser candidato pelo pequeno PSL, Partido Social Liberal, ligado ao movimento evangélico, e das suas posições radicais, Bolsonaro começou a ganhar simpatizantes há meses e, de repente, tornou-se um dos mais falados nas sondagens. Surgindo durante muito tempo em segundo lugar nos levantamentos de intenção de voto, só atrás de Lula da Silva, Jair Bolsonaro assumiu a liderança após a condenação e prisão do antigo presidente por corrupção, e, se as eleições presidenciais fossem hoje, venceria a primeira volta contra qualquer um dos muitos outros candidatos.
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