EUA afirmam que Presidente da Venezuela "tem de sair"

Kristi Noem insiste que o Governo de Maduro "usa os dólares" do negócio do petróleo para propagar drogas.

22 de dezembro de 2025 às 17:21
Kristi Noem Foto: Allison Dinner/Lusa/EPA
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A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, afirmou, esta segunda-feira, que o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, "tem de sair", acusando-o de "manter atividades ilegais".

Noem expressou a posição numa entrevista à cadeia de televisão Fox News, numa altura em que os Estados Unidos aumentam a pressão militar, política e económica sobre Caracas, com a apreensão no mar do Caribe de petroleiros que transportam petróleo venezuelano.

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"Não estamos apenas a intercetar esses navios. Também estamos a enviar uma mensagem para todo o mundo: a atividade ilegal em que Maduro está envolvido não pode ser tolerada. Ele tem de sair. Vamos defender o nosso povo", afirmou.

A responsável pela Segurança Nacional dos Estados Unidos insistiu que o Governo de Maduro "usa os dólares" do negócio do petróleo para propagar drogas que "estão a matar a próxima geração de americanos".

"Portanto, não se esqueçam do que se trata. Este é um inimigo dos Estados Unidos contra o qual estamos a tomar medidas enérgicas", sublinhou.

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Embora o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha afirmado que Maduro "tem os dias contados", o objetivo oficial da estratégia da administração de Washington em relação à Venezuela é travar o narcotráfico e recuperar os "direitos petrolíferos" das empresas norte-americanas.

Os EUA afirmaram no domingo que mantêm uma "perseguição ativa" para intercetar um terceiro petroleiro perto da costa venezuelana, depois de Trump ter anunciado um bloqueio à entrada e saída da Venezuela de todos os navios sancionados pelo Governo norte-americano.

O bloqueio petrolífero foi ordenado após meses de mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe, visando intercetar embarcações supostamente carregadas de drogas que Washington associa ao Governo de Maduro, acusado de liderar o chamado Cartel dos Sóis, o que Caracas nega veementemente.

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Por sua vez, Maduro acusou os Estados Unidos de "pirataria" pela apreensão de navios com petróleo venezuelano e anunciou medidas para que esses atos não fiquem impunes, entre elas uma denúncia ao Conselho de Segurança da ONU.

No domingo, Caracas anunciou o envio de petróleo venezuelano para os Estados Unidos através da Chevron, enquanto Washington prosseguia a perseguição de um terceiro petroleiro nas Caraíbas, intensificando o bloqueio a navios ligados à empresa estatal PDVSA.

A vice-presidente executiva e ministra dos Hidrocarbonetos da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou no seu canal na plataforma Telegram que o navio "Canopus Voyager" partiu "com petróleo venezuelano rumo aos Estados Unidos", em "rigoroso cumprimento das normas" e dos compromissos da indústria petrolífera nacional.

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Apesar das sanções impostas ao crude venezuelano, a Chevron opera no país em associação com a estatal PDVSA ao abrigo de uma licença especial emitida pelo Departamento do Tesouro dos EUA.

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