EUA alertam americanos no Brasil para alto risco de violência durante manifestações convocados por Bolsonaro
Mensagens de convocação dos atos da próxima terça-feira incluem incitamentos para invasão do Congresso e do Supremo Tribunal.
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil emitiu esta sexta-feira um alerta a todos os cidadãos norte-americanos que se encontram em território brasileiro sobre o alto risco de violência durante os atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal e o Congresso para o próximo dia 7, terça-feira, aniversário da independência do país. Os dois atos que suscitam mais apreensão, e não apenas na Embaixada dos EUA, são os convocados pelo presidente para Brasília, a capital federal brasileira, e São Paulo, a maior cidade do país.
Nas redes sociais, forma preferida de comunicação de Bolsonaro e seus seguidores, as mensagens de convocação dos atos da próxima terça-feira incluem incitamentos para invasão do Congresso e do Supremo Tribunal e cerco com milhares de camiões a Brasília, São Paulo e outras cidades importantes, para parar o Brasil até que o chefe de Estado tenha atendidas todas as suas exigências, entre elas governar sem limitação de poderes e sem fiscalização. Além disso, o presidente tem convocado pessoalmente membros das forças de segurança e das Forças Armadas a participarem nos actos, o que é ilegal, aumentando ainda mais o temor de confrontos armados, até entre polícias que pretendam apoiar o presidente e os que estarão incumbidos da segurança pública.
No alerta emitido esta sexta-feira pela representação diplomática norte-americana, refere-se exatamente o elevado risco de as manifestações resultarem em confrontos. E os cidadãos americanos são aconselhados a adoptar uma postura o mais discreta possível, a não ficarem nas proximidades dos locais de manifestação e, se quiserem acompanhar os protestos, que o façam através da imprensa.
Bolsonaro convocou seguidores, membros das polícias e de movimentos evangélicos extremistas, militares da activa e da reserva e camionistas, que são as suas principais bases de apoio, para dar nas ruas uma prova da sua força e fazer, como afirmou esta sexta-feira em discurso na Bahia, um ultimato ao Supremo Tribunal Federal. Para Bolsonaro, este tribunal tem violado a Constituição ao impedí-lo de governar da forma que quer, autoritária, e ao anular ou limitar decretos seus que os magistrados têm considerado ilegais, nomeadamente em assuntos como direitos humanos, armas e costumes.
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