Filho de Bolsonaro alvo de buscas por suspeitas de burla e branqueamento de capitais
Jair Renan Bolsonaro e outras seis pessoas terão criado empresas fictícias para esconderem enriquecimento ilícito.
O filho mais novo do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro, foi alvo esta quinta-feira de uma operação de busca e apreensão da Polícia Civil (Judiciária) de Brasília. Agentes invadiram tanto o apartamento de Jair Renan em Brasília como também aquele onde ele fica na cidade de Balneário Camboriú, no litoral do estado de Santa Catarina, onde trabalha como assessor de um senador aliado do pai.
Jair Renan Bolsonaro é acusado pela polícia de ser um dos mentores e líderes de uma organização criminosa que cometeu crimes de burla, falsificação de documentos, sonegação fiscal e, principalmente, branqueamento de capitais. Segundo a polícia, Jair Renan e outras seis pessoas igualmente alvo da operação desta quinta-feira criaram empresas fictícias para esconderem o enriquecimento ilícito e a origem de bens e propriedades cuja posse não poderiam justificar com os seus rendimentos legais.
Essas empresas, colocadas em nome de outras pessoas, também serviam, ainda de acordo com a Polícia Civil de Brasília, para branquear grandes somas de origem ainda não esclarecida. Com o filho de Jair Bolsonaro, que ficou muito surpreso com a chegada da polícia logo ao amanhecer, foram apreendidos um telemóvel, um HD e vários documentos e papéis manuscritos.
A operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão. Um dos suspeitos presos esta quinta-feira foi Maciel Carvalho, um dos amigos mais próximos de Jair Renan e que já foi instrutor de tiro do filho do ex-presidente, acusado pela polícia de ser um dos cérebros da trama para ocultar bens que não poderiam ser justificados legalmente.
Não é a primeira vez que o filho mais novo de Jair Bolsonaro é alvo da polícia. Desde 2021, é investigado pela Polícia Federal por suspeita de tráfico de influência, sendo acusado de cobrar altas somas para conseguir encontros de grandes empresários com o pai quando este era presidente, e de exercer influência a favor desses empresários junto de órgãos do governo de então em troca de presentes caros, como um carro de luxo, viagens, hospedagens em hotéis de alto padrão e lugares cativos em camarotes em shows e partidas de futebol.
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