Floresta da Amazónia regista dois novos incêndios a cada segundo
Em agosto, 33 mil novos fogos eclodiram na Amazónia.
A cada segundo, dois novos focos de incêndio deflagraram na Amazónia nos primeiros dias deste mês de setembro, que está a bater todos os já trágicos números de queimadas naquela floresta. Os dados, coletados pelo INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, referem-se somente ao período entre 1 e 5 deste mês, mas são, verdadeiramente, assustadores.
Nesses trágicos cinco dias, a Amazónia registou, segundo o INPE, um total de 14.839 incêndios, o maior número registado pelo instituto desde que iniciou esse tipo de monitoramento da floresta, em 1998. Isso quer dizer que, por dia, a cada dia, a Amazónia teve 2.968 incêndios, ou, para se ter uma noção mais clara da tragédia, dois focos de incêndio a cada segundo.
Os incêndios naquela que é chamada "o pulmão do mundo" pela importância que tem para a produção de oxigénio e a estabilidade do clima em todo o planeta, começaram a aumentar fortemente no início do governo do presidente Jair Bolsonaro, em 2019, e explodiram, literalmente, no passado mês de Agosto. No que parece ser uma reação de invasores da floresta, nomeadamente garimpeiros, madeireiros e pecuaristas ilegais face à crescente possibilidade de o presidente brasileiro ser derrotado nas presidenciais do próximo mês de outubro e o novo governante aumentar a fiscalização e a repressão a quem invade e destrói a Amazónia, a partir de meados de agosto e, agora em setembro, o número de incêndios na região registou proporções nunca antes vistas.
Em agosto, 33 mil novos incêndios eclodiram na Amazónia, o maior número num único mês durante o governo de Jair Bolsonaro. E, pelos dados referentes aos primeiros dias deste mês, esse triste recorde deve ser ultrapassado, e muito.
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