Fotógrafo do governo americano admite manipulação das fotos da posse de Trump
Relatório revela o empenho da Casa Branca em demonstrar que Trump teve mais gente em Washington que Obama.
Um fotógrafo do governo americano manipulou as fotos que tirou da cerimónia de tomada de posse do atual presidente americano, de forma a dar a ideia de que estavam mais pessoas em Washington quando Trump prestou juramento, a 20 de janeiro de 2017.
A notícia é avançada pelo diário britânico The Guardian, que teve acesso a documentos de uma investigação que revelam uma intensa troca de contactos entre a Casa Branca e o National Park Service (NPS) o serviço que gere o parque de Washington (The Mall) situado em frente ao Capitólio, onde decorreu a cerimónia.
(Fotos da Getty Images mostram as diferença das multidões que assistiram à posse de Obama (esq.) e de Trump)
É mais um ingrediente para alimentar a polémica que começou logo no primeiro dia de mandato de Trump. A nova administração defendeu (e continua a defender) que a posse de Trump teve mais gente que Obama, apesar das fotos de todas as agências internacionais demonstrarem, claramente o contrário.
O Guardian diz que o pedido de tratamento das fotos surgiu após um contacto do próprio Trump, que telefonou a Mike Reynolds, diretor do NPS, na manhã a seguir à cerimónia. O então responsável pela imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, também fez vários telefonemas para o NPS, antes de este serviço divulgar as fotos oficiais da cerimónia.
O relatório consultado pelo jornal explicita que um fotógrafo do NPS foi contactado várias vezes por um oficial (não identificado) para que lhe enviasse fotos da multidão, e que lhe foi pedido repetidamente que editasse as imagens, apagando os espaços em branco para que a multidão parecesse maior.
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