Funcionária da Tesla apresenta queixa por ambiente propício ao assédio sexual

"Eu senti-me degradada, humilhada, traumatizada", disse Jéssica Barraza.

20 de novembro de 2021 às 00:41
2020-11-06_14_01_46 00-tesla.jpg
Partilhar

Uma funcionária da Tesla que trabalhava na fábrica de Fremont, na Califórnia, apresentou queixa contra o grupo acusando-o de permitir um ambiente propício ao assédio sexual contra mulheres e nada fazer, apesar dos protestos destas.

Entre comentários sexistas e contacto físico não solicitado, Jéssica Barraza, de 38 anos, acredita estar a trabalhar desde que chegou ao local, no final de 2018, num ambiente hostil às mulheres, explicando a sua denúncia apresentada na quinta-feira e transmitida hoje pelo seu advogado à agência de notícias AFP.

Pub

"Quase todos os dias, durante três anos, as minhas colegas e eu fomos consideradas objetos, ameaçadas, tocadas, objeto de avanço no nosso local de trabalho", denunciou numa nota à imprensa.

"Eu senti-me degradada, humilhada, traumatizada", prosseguiu.

Pub

As palavras e gestos inadequados vieram dos seus colegas e também dos seus supervisores, explicou, acrescentando ter denunciado várias vezes aos superiores hierárquicos e a um representante de recursos humanos, mas, que ela saiba, nenhuma providência foi tomada.

Por outro lado, Jéssica Barraza acredita ter sido alvo de represálias após diversas denúncias, como a transferência para um novo cargo ou uma medida disciplinar por abandono do cargo após o episódio com o homem colocando a perna entre as dela.

Atualmente em licença médica, com diagnóstico de transtorno de stresse pós-traumático, Barraza pediu uma indemnização compensatória, bem como indemnizações punitivas, além da obrigação de Tesla de implementar programas de treino, controle e sanções visando prevenir qualquer assédio sexual.

Pub

A agência de notícias France Presse pediu um comentário ao grupo liderado por Elon Musk sem sucesso.

A denúncia foi apresentada algumas semanas após a decisão de um júri da Califórnia de ordenar que Tesla pagasse a um ex-funcionário negro 137 milhões de dólares (cerca de 121 milhões de euros) em danos, por fechar os olhos ao racismo sofrido pelo homem numa da suas fábricas.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar