Governo da Irlanda anuncia plano para a diversificação dos mercados face a tarifas entre EUA e UE
País pretende publicar plano até ao final do mês tendo em conta a ameaça de Trump de tributar especificamente setores como o farmacêutico.
O Governo da Irlanda anunciou esta quinta-feira a sua intenção de publicar um novo Plano de Ação para a Diversificação dos Mercados, face à entrada em vigor das tarifas acordadas entre os EUA e a União Europeia.
O país pretende publicar este plano até ao final do mês tendo em conta a ameaça do Presidente norte-americano, Donald Trump, de tributar especificamente setores como o farmacêutico.
O vice-primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, que detém o a pasta dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, salientou hoje que a entrada em vigor do novo acordo tarifário entre os Estados Unidos e a União Europeia proporciona um certo grau de certeza após meses de incerteza e um vazio para as empresas do país, da UE e dos EUA, embora tenha sublinhado que ainda há muito trabalho a fazer.
"É absolutamente essencial que, a nível europeu, continuemos a colaborar com o que constitui um acordo-quadro e procuremos maximizar o número de áreas em que se possa alcançar um equilíbrio tarifário zero por zero", defendeu o governante, sublinhando que, embora tenha sido acordada a isenção de tarifas em algumas áreas do comércio transatlântico, está "muito interessado" em ver mais progressos noutras, como na indústria das bebidas, que constitui uma parte importante da economia irlandesa.
Além disso, reconheceu a necessidade de continuar a trabalhar nos detalhes de cada setor, acrescentando que, no caso do setor farmacêutico, existe um enorme potencial e margem para que a UE e os EUA colaborem em benefício dos pacientes, das suas economias e da indústria farmacêutica, uma vez que são interdependentes em muitos aspetos.
Assim, considerou "vital" que Washington mantenha o seu acordo sobre uma tarifa não superior a 15% para a indústria farmacêutica, embora tenha expressado a sua confiança na possibilidade de melhorá-la ainda mais, uma vez que as empresas farmacêuticas americanas precisam de ter uma base na União Europeia e a Irlanda tem sido um local favorável para estas empresas.
"Devemos continuar a garantir que nada perturbe a indústria nem as cadeias de abastecimento globais, portanto, há muito trabalho a fazer nas próximas semanas e meses", alertou.
De qualquer forma, o político irlandês defendeu a necessidade de continuar a tornar a Irlanda e a UE o mais competitivas possível e um local ideal para investir e criar emprego.
Da mesma forma, defendeu a importância de procurar outras oportunidades para diversificar os mercados para as empresas irlandesas, mesmo que o país pretenda continuar a fazer negócios e expandir a relação com os EUA, pelo que antecipou que este mês será publicado o novo Plano de Ação para a Diversificação dos Mercados da Irlanda.
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