Homem confessa ter matado 90 mulheres e ri-se ao contar pormenores

Samuel Little, de 78 anos, foi condenado a três penas de prisão perpétua.

27 de novembro de 2018 às 21:28
Samuel Little Foto: Getty Images
Samuel Little Foto: Getty Images
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Aos 78 anos, com diabetes, problemas de coração e a deslocar-se numa cadeira de rodas, Samuel Little confessou ter matado mais de 90 mulheres. Apesar de estar já a cumprir três penas de prisão perpétua pela morte de três mulheres nos anos 80, nos últimos dias, conta o New York Times, as autoridades têm ouvido sobre os crimes que terá cometido ao longo de várias décadas.

Descreve sítios, caras e ruas de cidades pequenas, pormenores que, para os investigadores, tornam pouco possível que as histórias não sejam verdadeiras. Acredita-se que Little "apanhava" mulheres vulneráveis em bares e discotecas e as estrangulava até à morte no banco de trás do seu carro.

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"Quando acabarmos [os interrogatórios], acreditamos que Samuel Little vai ser confirmado como um dos maiores serial killers da história norte-americana", disse Bobby Bland, procurador-geral de Ector County, no estado do Texas. Até à data, é Gary Ridgway – conhecido como Green River Killer – o detentor deste recorde, com 49 condenações por homicídio.

Como foi Little apanhado?

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Descrito como um psicopata carismático, que espancava brutalmente as vítimas antes de as estrangular, Samuel Little foi encurralado em 2012. No Kentucky, foi seguido por dois detetives até um centro de sem-abrigos – quando Tim Marcia e Mitzi Roberts o encontraram, tinha já estado 10 anos na cadeia por crimes como assalto à mão armada, rapto e violação. Ao longo de 50 anos foi preso mais de 100 vezes mas "foi-se safando vezes e vezes sem conta", explicou Beth Silverman, a procuradora-geral do condado de Los Angeles que acabou o condenou.

Já na cadeia do condado de Los Angeles, amostras de ADN começaram a associá-lo a casos não resolvidos de mulheres assassinadas. Agora, o ranger do Texas James Holland conseguiu que Little confessasse mais de 90 homicídios.

Como ficaram estes crimes escondidos tantos anos?

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Segundo os investigadores a cargo do caso, Samuel Little pode ter conseguido passar tantos anos sem ser associado aos homicídios por estes terem sido cometidos em vários estados norte-americanos. Inclusive, escolhia mulheres pobres e toxicodependentes – o que significava que seria pouco provável que fossem dadas como desaparecidas. "Eu posso enfiar-me no meu mundo e fazer o que me apetece. Não vou para o vosso mundo", disse ao detetive Michael Mongeluzzo, em Outubro, ao confessar a morte de Rosie Hill, uma jovem de 20 anos, em 1982.

Os crimes que o fazem rir

Um dos motivos que terá feito Little começar a contar os pormenores sórdidos dos seus crimes é a atenção mediática que gerou. De acordo com as autoridades, o gosto pela atenção tem levado a que queira contar mais.

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Nestes momentos, quando fala dos homicídios, Little não só não mostra remorsos como chega a reagir com um "entusiasmo assustador". Ao contar os pormenores mais gráficos, contam as autoridades, chega a soltar gargalhadas. "Acredite-se ou não, apenas vemos maldade a sério nesta carreira poucas vezes", explicou ao jornal o detetive Tim Marcia. "Olhando para os olhos dele, diria que se vê maldade pura."

O crime sem omissões

Em 1996, na cidade de Opelousas, em Los Angeles, o corpo nu de Melissa Thomas, de 24 anos, foi encontrado debaixo de uma nogueira de um cemitério.

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Há pouco mais de um mês, Donald Thompson, marido da prima de Melissa, recebeu um telefonema do Texas. Samuel Little tinha acabado de confessar o assassínio da jovem. O ex-pugilista terá metido conversa com Melissa na rua, convencendo-a a ir consumir droga perto de um cemitério.

Já no banco de trás do seu carro, onde se preparava para ter relações sexuais com a jovem, Little começou "insistentemente" a afagar o pescoço da jovem. "Porque estás sempre a mexer no meu pescoço? És um serial killer?", terá perguntado a jovem. A pergunta enfureceu o homem, que acabou por a asfixiar nesse momento.

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