Inferno das chamas devora Austrália
Fogo corta caminho às populações em fuga, que se refugiam nas praias e outros locais à espera de ajuda.
Os números são apocalípticos: cinco milhões de hectares devorados pelas chamas (mais de metade da área de Portugal Continental); 1400 habitações destruídas; centenas de milhares de pessoas deslocadas; mil coalas mortos (colocando a espécie em risco); milhões de outros animais com o mesmo destino. Há populações encurraladas, onde começa a faltar a água, a alimentação, a eletricidade, os combustíveis.
Há estradas e caminhos bloqueados, que impedem a fuga das zonas afetadas pelos incêndios. Há um inferno que avança imparável, medonho, descontrolado, que já causou 23 vítimas mortais, mas o número deverá crescer nos próximos dias, já que há registo de dezenas de desaparecidos.
Os incêndios na Austrália começaram em setembro, mas continuam sem fim à vista. Condições meteorológicas excecionais (temperaturas acima dos 45 graus, em alguns casos perto dos 50, ventos fortes e humidade do ar inferior a 30%) tornam impossível qualquer tentativa de conter o avanço das chamas.
A prioridade é resgatar quem está no caminho dos incêndios, mas a tarefa não é fácil. Mesmo com recurso aos militares de reserva, chamados pelo governo para ajudar nas operações de socorro, com a ajuda de meios aéreos, os bombeiros, exaustos, fazem o que podem, mas podem pouco, quando têm pela frente labaredas com 70 metros de altura.
Debaixo de fogo está, também, o governo de Camberra, acusado pelas populações afetadas de não estar à altura dos acontecimentos.
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