Macron faz viragem à esquerda para evitar abstenção nas Presidenciais em França
Preocupado com subida de rival de extrema-direita, Presidente faz propostas próximas do socialismo.
O Presidente francês e recandidato ao cargo fez uma clara viragem à esquerda nas promessas de campanha. A dois dias da primeira volta das presidenciais, na qual as sondagens lhe dão vitória apertada sobre Marine Le Pen, Emmanuel Macron atacou a agenda da rival de extrema-direita e procurou combater a anunciada abstenção recorde centrando-se em temas caros ao socialismo que ele mesmo varreu do poder em 2017.
“No essencial nada mudou: é um programa racista que visa dividir a sociedade e é muito brutal”, afirmou Macron, acusando Le Pen de “ter uma estratégia clara” para esconder o lado negro do seu programa, “mentindo” aos eleitores.
Por seu lado, o Presidente prometeu alargar medidas de proteção às pessoas para fazerem frente aos aumentos da eletricidade e dos combustíveis e defendeu ainda que as grandes empresas deveriam ser obrigadas a partilhar parte dos lucros com os empregados.
Esta sexta-feira, negou também ter virado demasiado à direita durante o seu primeiro mandato, durante o qual reduziu impostos aos mais ricos e reprimiu com dureza os protestos do movimento dos coletes amarelos.
“Com o que fizemos na educação e nos hospitais, não creio que fosse uma agenda de direita”, disse Macron.
Quanto à subida de Le Pen nas sondagens, Macron explica-a com o facto de ter entrado tarde na campanha por estar concentrado nos esforços para travar a guerra na Ucrânia.
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