May resiste a pressão para anunciar saída

Conservadores ameaçam a primeira-ministra com uma moção de censura se não marcar data para deixar o governo após as eleições europeias.

24 de maio de 2019 às 01:30
Theresa May Foto: Reuters
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Apesar do fracasso da sua última aposta para viabilizar o acordo de Brexit, a primeira-ministra britânica, Theresa May, mantinha esta quinta-feira a indefinição sobre quando pensa deixar o poder. Indiferente às pressões do seu próprio partido, que ameaça forçá-la a sair, May manteve vários encontros com ministros do governo para fazer uma reformulação do acordo capaz de convencer o parlamento.

May tinha prometido demitir-se após a aprovação do Brexit mas, depois de três chumbos em votação parlamentar e perante as críticas à sua última reformulação do acordo, crescem a impaciência e a revolta dos críticos dentro do Partido Conservador. A maioria exige que se demita esta sexta-feira, uma vez encerrada a votação das europeias.

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Caso não anuncie esta sexta-feira a saída, o grupo parlamentar do partido ameaça mudar as regras para poder votar já uma nova moção de censura interna, apesar de May ter superado uma em dezembro e as regras do partido ditarem que só após um ano pode ser feita nova votação.

O chamado Comité 1922, que determina a conduta do grupo parlamentar, recebe esta sexta-feira May para lhe exigir uma data para a demissão.

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Apesar das ameaças e das pressões, um porta-voz do governo garantia esta quinta-feira que May vai receber Donald Trump a 3 de junho, quando chega para uma visita de Estado. Depois disso, pondera levar a votos no parlamento, no dia 7, um texto revisto do acordo de Brexit.

Contudo, a primeira-ministra pode ser forçada a ceder se o Partido Conservador sofrer uma pesada derrota nas eleições europeias. Realizadas esta quinta-feira no Reino Unido, os resultados só serão divulgados no domingo, juntamente com os dos restantes 27 países da UE. De acordo com as sondagens, mais de 60% dos eleitores conservadores deverão votar no Partido do Brexit, criado em abril por Nigel Farage, antigo líder do nacionalista UKIP.

Europeus excluídos das eleições devido a erros de registo

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Milhares de eleitores europeus a residir no Reino Unido, entre os quais muitos portugueses, e britânicos a viver noutros países da UE viram negado o direito de voto nas europeias devido a erros administrativos.

Os erros terão sido potenciados pelo facto de o Brexit, decidido em referendo em 2016, estar previsto para 29 de março último, pelo que nada previa a necessidade de organizar novas eleições.

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