Médico apela desesperado: "Vamos parar de dizer que é uma gripe má"

Italiano descreve horror em hospital: "enfermeiras com lágrimas nos olhos porque não podemos salvar todos".

11 de março de 2020 às 15:32
Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália Foto: Reuters
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Daniele Macchini, cirurgião no Hospital Humanitas Gavazzeni, o segundo maior de Bergamo, em Itália, deixou uma mensagem de alerta nas redes sociais. "Um após outro, os pobres infelizes chegam à sala de emergência. Têm tudo menos as complicações de uma gripe. Vamos parar de dizer que é uma gripe má", escreveu.

A dificuldade em responder a todos os pedidos de ajuda nos hospitais está a ser cada vez maior em Itália e vários profissionais têm vindo a público expor o horror que se tem vivido nas unidades hospitalares.

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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália
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Médico italiano compara surto de coronavírus à guerra. As imagens arrepiantes dos hospitais em Itália

"A guerra literalmente explodiu e as batalhas são ininterruptas, dia e noite", escreveu Daniele. O médico recorda que no final de fevereiro o país começou a preparar-se para a epidemia e a esvaziar enfermarias para libertar camas de cuidados intensivos. No entanto, Daniele refere que nunca pensou que o coronavírus fosse tão feroz e que nesta altura, já estivessem a ser internadas por dia cerca de 15 pessoas só no hospital onde trabalha. 

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"A equipa está exausta. Vi solidariedade de todos nós, que nunca deixaram de procurar os nossos colegas e perguntar 'o que posso fazer'?. Médicos que mudam doentes de cama, administram terapias em vez de enfermeiros. Enfermeiras com lágrimas nos olhos porque não podemos salvar todos e os sinais vitais de vários doentes ao mesmo tempo revelam um destino que já foi marcado", descreve o médico. 

Já Christian Salaroli, anestesista em Bergamo, explicou esta semana que se tem vivido num sentimento de importência nos hospitais. "Temos de escolher quem tratar como em situação de guerra", disse ao Corriere della Sera

Há muitos médicos e enfermeiros em Itália a optar por não ir a casa, para não contagiar a família, e a repetir turnos. 

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