Médicos afastam necessidade de operação de Bolsonaro após internamento de urgência

Chefe de estado já iniciou uma dieta líquida, para facilitar o funcionamento do intestino.

04 de janeiro de 2022 às 15:17
Jair Bolsonaro Foto: Adriano Machado / Reuters
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Os médicos da equipa multidisciplinar que atende o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, desde que ele deu entrada de urgência na madrugada de segunda-feira no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com um quadro de obstrução intestinal, afastaram esta terça a necessidade de o operar. O problema de saúde do presidente começou a desaparecer rapidamente após medicação dada pelos médicos e, segundo novo boletim do hospital, o governante não tem mais dores nem qualquer desconforto, mas vai continuar internado por precaução.

A decisão de não submeter o presidente a nova cirurgia abdominal foi tomada depois da chegada ao Brasil do cirurgião gastroenterologista António Luiz de Macedo, que estava de férias nas Bahamas e viajou durante a madrugada desta terça-feira num avião particular para atender o chefe de Estado. Depois de examinar Jair Bolsonaro presencialmente, Macedo confirmou o diagnóstico que tinha feito à distância baseado nos laudos e exames que a sua equipa lhe enviou, de que não havia necessidade de uma nova operação e que o problema do presidente deve ter sido originado por ingestão alimentar.

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Nas redes sociais, Jair Bolsonaro fez circular uma foto sua deitado numa cama do hospital particular de São Paulo, usando uma sonda nasogástrica, e avançando que provavelmente teria de se submeter a mais uma cirurgia no abdómen, onde durante a campanha para as presidenciais de 2018 sofreu uma facada profunda, que lesionou vários órgãos. Também nas redes sociais e em declarações à imprensa, a mulher de Bolsonaro, Michelle, os filhos e vários aliados reforçaram a suposta gravidade do quadro de saúde do presidente, desmentida agora pelos médicos, e tentaram marcar a imagem do presidente como "mártir" do Brasil, atacado por um extremista.

De acordo ainda com informações do Hospital Vila Nova Star, Bolsonaro já iniciou uma dieta líquida, para facilitar o funcionamento do intestino, que já não apresenta a obstrução com que o governante chegou. Nos bastidores, comenta-se que o novo problema intestinal do chefe de Estado brasileiro foi provocado por excessos alimentares cometidos durante as férias que passou numa praia de Santa Catarina, no sul do Brasil.

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Desde que sofreu a facada, em 6 de Setembro de 2018, durante um ato de rua na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, Bolsonaro já teve de ser operado quatro vezes à região abdominal e foi internado noutras ocasiões para desobstruir o intestino sem recurso a medicação. Na última vez, em Julho do ano passado, ficou internado quatro dias no Vila Nova Star também devido a obstrução intestinal e, tal como agora, os médicos resolveram o problema sem necessidade de intervenção cirúrgica.

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