Militares garantem que o ex-presidente da Guiné-Bissau está bem e anunciam fim do recolher obrigatório

Período de transição no país começa, esta quinta-feira, e vai durar no máximo um ano

27 de novembro de 2025 às 16:47
Militares da Guiné-Bissau afirmam ter assumido o controlo do país após destituição do presidente Foto: Direitos Reservados
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Os militares que realizaram um golpe de Estado na Guiné-Bissau garantiram, esta quinta-feira, que o ex-Presidente se encontra bem, mas sob custódia, e anunciaram o fim do recolher obrigatório a partir desta sexta-feira.

Num comunicado de imprensa do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública garante-se que "se encontram sãos, porém, sob custódia deste comando", o ex-Presidente Umaro Sissoco Embalo, o ex-ministro do Interior e da Ordem Pública Botche Candé, bem como o ex-vice e ex-Chefe do Estado-Maior general das Forças Armadas, respetivamente o tenente-general Mamadu Turé e o general Biagué Na N'Tan.

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Por outro lado, "depois da análise da situação em curso, [o comando militar] decide comunicar o levantamento das medidas de restrição de circulação e recolher obrigatório anteriormente impostas a partir de amanhã [sexta-feira]".

Na mesma nota também "se ordena a imediata abertura e retoma do funcionamento normal de escolas e centros de formação públicos e privados, mercados, centros comerciais e todas as instituições privadas, enquanto as restantes instituições públicas, ministérios, sobretudo, aguardam pela breve instituição do Governo de Transição".

O Presidente de Transição da Guiné-Bissau, esta quinta-feira, empossado após um golpe de Estado militar, nomeou o major-general Tomás Djassi Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, naquele que foi o primeiro decreto presidencial.

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O general Horta Inta-A foi empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense, um dia depois de os militares terem tomado o poder no país, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

Os militares anunciaram a destituição do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral, os órgãos de comunicação social e impuseram um recolher obrigatório.

As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a presença do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.

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Simões Pereira foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

Período de transição começa hoje e vai durar no máximo um ano

O presidente da Transição Militar na Guiné-Bissau disse, esta quinta-feira, que o período de transição no país durará no máximo um ano e que a tomada do poder do Estado não foi uma opção fácil.

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Numa declaração, em português, após ser investido pelo Alto Comando Militar para Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública como presidente da Transição Militar, transmitida pelas redes sociais da Televisão da Guiné-Bissau (TGB), Horta Inta-A disse que "não foi uma opção fácil" a ação que resultou na tomada de poder do Estado pelas Forças Armadas guineenses.

"Não foi nada fácil, porque os militares que, esta quinta-feira, integram o Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública sempre se distinguiram por uma conduta disciplinada, de acordo com os princípios constitucionais que orientam as Forças Armadas", disse.

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