Morreu o pai da família alemã envenenada com pesticida em hotel de Istambul

"Por favor, leve-nos ao hospital mais próximo": foram estas as palavras de Servet Bocek quando pediu o táxi para transportar a esposa e os dois filhos de emergência para uma unidade de saúde e que, mais tarde, vieram a morrer por contacto com um pesticida para percevejo no quarto de hotel onde passavam férias, em Istambul, Turquia. A família de origem alemã, chegou a Istambul a 9 de novembro, adoecendo dois dias depois. 

A mãe Cigdem Bocek, de 27 anos, e os filhos Masal, de 3 anos, e Kadir Muhammet, de 6, faleceram dias depois de terem dado entrada no hospital. Já o pai, Servet Bocek, ficou internado nos cuidados intensivos durante seis dias e acabou por morrer na passada segunda-feira (17). 

Os contornos iniciais da investigação indicavam que a família teria sofrido uma intoxicação alimentar depois de ter experimentado comida nas ruas da capital turca, no entanto, as autoridades vieram agora revelar que um produto químico utilizado para o tratamento de percevejos pode ter entrado no quarto da família a partir da ventilação da casa de banho. Os investigadores seguem assim a tese de morte por envenenamento, tendo já sido detidas onze pessoas, incluindo funcionários do Harbour Suites Old City Hotel, onde a família estava hospedada.

Relatos do taxista que transportou a família para o hospital dão conta de um cenário "terrível", em que a filha do casal "vomitava repetidamente e a mãe já estava insconsciente, encostada na janela", refere o jornal britânico The Mirror. Depois de todos os elementos da família terem falecido, o hospital foi evacuado e isolado, de acordo com relatos do The Mirror, e a polícia começou a realizar as perícias para analisar o sucedido.

A imprensa turca havia também referido inicialmente que os sintomas apresentados pela família teriam sido provocados por comida de um vendedor ambulante, tendo as autoridades procedido ainda ao isolamento do restaurante onde os quatro tinham jantado. 

O fosfeto de alumínio pode ser fatal quando inalado em grandes concentrações. Dados da investigação revelam ainda que um funcionário da empresa encarregue de gerir o controlo de pragas no edifício não detinha a certificação necessária para o trabalho. As autoridades apreenderam ainda pertences pessoais dos quartos de outros dois hóspedes que também foram internados no hospital por suspeita de envenenamento.