Nove jornalistas da Deutsche Welle suspensos na Etiópia

"Estamos muito preocupados com a restrição da nossa cobertura mediática na Etiópia," lamentou Barbara Massing, diretora-geral da DW.

24 de outubro de 2025 às 18:35
Jornalistas Foto: Pixabay
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Nove correspondentes locais do meio de comunicação social alemão Deutsche Welle (DW) foram suspensos na Etiópia, através de uma ordem dada pelas autoridades do país africano, num contexto de recuo na liberdade de imprensa.

Com a aproximação das eleições legislativas previstas para junho ou julho de 2026, vários jornalistas de diferentes meios de comunicação social foram detidos nos últimos meses neste país do Corno de África, que este ano ocupa o 145.º lugar entre 180 países no 'ranking' da liberdade de imprensa estabelecido pelos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma descida de quatro posições num ano.

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Na quinta-feira, a Autoridade Etíope de Vigilância dos Meios de Comunicação Social solicitou, por escrito, à redação da DW que suspendesse "temporariamente" toda a atividade jornalística dos seus correspondentes, informou esta sexta-feira o meio de comunicação social público alemão num comunicado em que contesta esta decisão.

"Estamos muito preocupados com a restrição da nossa cobertura mediática na Etiópia," declarou Barbara Massing, diretora-geral da DW, citada no comunicado.

Após a interrupção dos programas linguísticos da Voice of America, a DW oferece o programa em amárico com o maior alcance entre os canais estrangeiros na Etiópia, escreveu o meio alemão.

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"Milhões de etíopes contam connosco para continuar a dar-lhes acesso a informação independente", acrescentou.

Em março passado, a administração norte-americana decidiu congelar a agência pública americana USAGM, que supervisiona vários meios de comunicação internacionais, incluindo a Voice of America (VOA).

A DW afirmou ainda que foi censurada pela entidade reguladora dos meios de comunicação etíope (EMA) por não ter respeitado os decretos governamentais contra os discursos de ódio e a difusão de falsas informações.

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No entanto, explicou que a carta enviada pelas autoridades etíopes "não contém nenhuma acusação concreta sobre pontos precisos da cobertura noticiosa" da DW.

Apesar da suspensão dos nove jornalistas locais na Etiópia, o programa em amárico da DW continua a ser transmitido pela redação em Bona (oeste da Alemanha) e por colaboradores em todo o mundo, garantiu o órgão de comunicação social.

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