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Organização não-governamental denuncia repressão e tortura de jornalistas no Afeganistão

Human Rights Watch relatou ainda casos de jornalistas acusados de espionagem, agredidos e forçados a assinar compromissos de silêncio depois de serem libertados.

23 de outubro de 2025 às 19:50

A organização não-governamental Human Rights Watch denunciou esta quinta-feira que o regime talibã, no poder desde 2021, "impôs uma repressão sistemática à liberdade de imprensa" no Afeganistão, através de "censura, vigilância e tortura de jornalistas".

A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos afirmou que o "regime desmantelou" os meios de comunicação independentes no país, através da imposição de regras arbitrárias e punindo com detenções, tortura e maus-tratos qualquer crítica.

A ONG relatou ainda casos de jornalistas acusados de espionagem, agredidos e forçados a assinar compromissos de silêncio depois de serem libertados.

Os jornalistas "são obrigados a produzir conteúdos seguros e aprovados pelos talibãs", enquanto "aqueles que se desviam enfrentam detenções arbitrárias e tortura", denunciou a investigadora da Human Rights Watch (HRW) para o Afeganistão, Fereshta Abbasi.

A repressão afeta particularmente as mulheres, sujeitas a restrições mais severas no exercício da profissão.

A HRW documentou ainda a atuação do Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, responsável por inspecionar redações e aplicar proibições, incluindo sobre a transmissão de vozes femininas e a separação obrigatória entre trabalhadores de ambos os sexos.

Antes de 2021, o Afeganistão contava com centenas de órgãos de comunicação social independentes e desde então entre 40% a 60% desses meios encerraram, ao mesmo tempo que o número de mulheres jornalistas caiu de 1.400 para cerca de 600.

A HRW apelou para o fim da detenção arbitrária e da tortura de jornalistas e pediu aos países que acolhem profissionais afegãos no exílio, como a Turquia e o Paquistão, que interrompam as deportações e garantam proteção internacional.

A ONG considerou que a repressão da imprensa intensifica-se "num momento em que o país mais precisa de informação independente".

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