Papa Francisco lembra conflito em Cabo Delgado durante mensagem de Páscoa

Sumo Pontífice falou da população martirizada do Norte de Moçambique numa referência às “vítimas do terrorismo internacional”.

05 de abril de 2021 às 08:22
Pessoas obrigadas a fugir de Palma após ataque jihadista aguardam pela distribuição de ajuda na cidade de Pemba Foto: Lusa
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O Papa Francisco lembrou este domingo a população “vítima do terrorismo” em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, durante a sua mensagem de Páscoa.

“Que a força do Ressuscitado [Cristo] apoie as populações africanas que vêm o seu futuro comprometido pela violência interna e pelo terrorismo internacional, especialmente no Sahel e na Nigéria, bem como na região de Tigray e Cabo Delgado”, afirmou o Sumo Pontífice, apelando a que “continuem os esforços para encontrar soluções pacíficas para os conflitos, respeitando os direitos humanos e a sacralidade da vida”.

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As palavras do Papa assumem especial significado numa altura em que a região de Cabo Delgado enfrenta aquele que é considerado como um dos piores ataques dos grupos jihadistas islâmicos desde o início do conflito na região, em 2017. Há quase duas semanas, recorde-se, centenas de militantes fortemente armados tomaram a vila de Palma, matando dezenas de civis e colocando milhares de pessoas em fuga, agravando ainda mais a crise humanitária na região.

O sofrimento da população local foi também reconhecido ontem pelo Arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, na sua mensagem de Páscoa, em que apelou à solidariedade dos moçambicanos e dos países vizinhos para com as vítimas da violência na região.

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Buscas por população dispersa

As forças moçambicanas estão a recolher centenas de pessoas que foram dispersas pelo ataque jihadista contra Palma e estão a levá-las para Quitunda, na península de Afungi, onde já se encontram milhares de deslocados. A zona de Quitunda e o estaleiro da Total continuavam ontem seguros, apesar de se encontrarem a apenas 6 quilómetros de Palma, onde prosseguem os combates. Segundo a ONU, pelo menos 23 mil pessoas encontram-se refugiadas em Quitunda, a aguardar transferência para Pemba.

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