Paris barricada contra nova onda de violência
Mais de 80 mil polícias mobilizados em todo o país para nova jornada de protesto dos ‘coletes amarelos’.
Metro encerrado, lojas barricadas, atrações e museus fechados e eventos desportivos cancelados. Paris é esta sexta-feira uma cidade em estado de sítio antes de mais uma jornada de protesto dos ‘coletes amarelos’, temendo-se a repetição dos motins da semana passada, quando milhares de manifestantes atacaram as forças de segurança, saquearam lojas e vandalizaram monumentos numa explosão de violência sem precedentes.
Mais de 80 mil polícias estão mobilizados em todo o país, mas o dispositivo de segurança mais impressionante foi montado na capital, onde estão previstos os protestos mais violentos apesar do recuo do governo, que no final da semana anunciou o cancelamento do aumento dos combustíveis que esteve na origem da contestação.
"Os protestos das últimas semanas criaram um monstro", admitiu o ministro do Interior, prometendo que a polícia "não terá qualquer tolerância" para com atos violentos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros aconselhou os portugueses em Paris a evitarem "deslocações desnecessárias" na cidade face ao risco de violência.
Pelo menos 278 detidos em Paris antes do início da manifestação
As autoridades temem o regresso dos tumultos urbanos em Paris pelo que reforçaram os controlos nas estações e realizaram buscas sistemáticas junto aos locais de concentração.
Os "coletes amarelos" voltam a sair hoje às ruas em Paris, numa ação que levou as autoridades francesas a adotarem múltiplas medidas preventivas, designadamente o reforço policial nas ruas, que envolve o desdobramento de mais de 90 mil agentes.
Indignação com menores algemados
Um vídeo que mostra dezenas de menores algemados pela polícia num liceu de Mantes-La-Joulie, nos arredores de Paris, está a causar indignação em França.
As autoridades defendem-se, afirmando que a ação foi necessária para identificar e deter mais de uma centena de radicais armados com barras de ferro e engenhos incendiários que se infiltraram nos protestos estudantis para atacar as forças de segurança e incendiar viaturas.
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