Procurador Saudita pede pena de morte para cinco suspeitos da morte de jornalista

Em causa o homicídio de Jamal Khashoggi no consulado de Istambul.

15 de novembro de 2018 às 11:07
O jornalista Jamal Khashoggi Foto: Getty Images
2018-10-Jamal Khashoggi foi ao consulado saudita de Istambul no dia 2, para tratar de um documento para casar com uma turca, e nunca mais foi visto saudita2.jpg Foto: Reuters
O jornalista Jamal Khashoggi Foto: Direitos Reservados

1/3

Partilhar

O procurador-geral da Arábia Saudita, Saud al-Mojeb, revelou, esta quinta-feira, que cinco dos 11 suspeitos acusados da morte do jornalista Jamal Khashoggi podem vir a enfrentar pena de morte. Estes homens são acusados de terem drogado e desmembrado o jornalista depois de uma conversa dentro do consultado saudita em Istambul que não correu bem – o objetivo seria repatriar o dissidente.

Saud al-Mojeb revelou ainda que Saud al-Qahtani, que ficou conhecido como o assessor "assassino" do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, se reuniu com a equipa enviada para a Turquia e que se encontra sob investigação, não podendo viajar.  Ao mesmo tempo, continua a investigação para encontrar os restos mortais de Khashoggi.  Procurador-Geral adiantou também que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, sobre quem recaíam suspeitas de ter ordenado o assassínio de Khashoggi, não esteve implicado na morte do jornalista.

Pub

Segundo explicações de Riade, o plano para assassinar Khashoggi foi posto em marcha a 29 de setembro, três dias antes da morte do jornalista, e foi o chefe-adjunto dos serviços de informações sauditas, general Ahmed al-Assiri, que ordenou o regresso forçado de Khashoggi à Arábia Saudita.  A ordem para matar o jornalista foi dada pelo chefe da equipa de "negociadores", segundo o MP saudita. "Dizem-nos que foi morto porque se teria oposto a regressar ao seu país, mas na verdade, a morte, como já dissemos anteriormente, foi planeada com antecedência", disse.

"O desmembramento do corpo não foi espontâneo. Tinham levado as pessoas e os equipamentos necessários para o fazer. Ou seja, tinham planeado como o matariam e como o desmembrariam", acrescentou.

Pub

A Turquia considerou "insuficientes" as explicações do Ministério Público da Arábia Saudita, insistindo no carácter premeditado da operação. "Todas estas medidas são positivas, mas também insuficientes", disse o chefe da diplomacia turco, Mevlüt Cavusoglu, acrescentando não "estar satisfeito" com algumas informações.

"Este caso não pode ser encerrado desta forma", acrescentou, assegurando que a Turquia fará tudo "o que estiver ao seu alcance para fazer luz sobre todos os aspetos desta morte".Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de Outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto. O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.

A Arábia Saudita admitiu que Jamal Khashoggi foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante vários dias, as autoridades de Riade terem afirmado que saíra vivo do consulado.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar