O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou esta sexta-feira de "horrível" o assassínio no consulado saudita em Istambul do jornalista Jamal Khashoggi, sublinhando ao mesmo tempo a importância para o Médio Oriente e o mundo da estabilidade na Arábia Saudita.
"O que se passou no consulado em Istambul é horrível e é preciso resolvê-lo", declarou Netanyahu durante uma conferência de imprensa em Varna, na Bulgária.
"No entanto (...) é muito importante para a estabilidade do mundo, para a região e para o mundo, que a Arábia Saudita continue estável. Penso que é preciso encontrar um meio de atingir estes dois objetivos", adiantou o chefe do governo israelita, que falava pela primeira vez do caso do jornalista saudita que causou indignação a nível internacional.
Riade está sob pressão e a sua posição diplomática está enfraquecida pelas suas versões contraditórias sobre o desaparecimento de Khashoggi, crítico do regime e assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul no início de outubro.
Israel e a Arábia Saudita não têm relações diplomáticas devido à ocupação pelo Estado hebreu dos territórios palestinianos, mas os laços entre os dois aliados dos Estados Unidos têm vindo a desenvolver-se, segundo numerosos observadores, já que Telavive e Riade têm o Irão como inimigo comum.
O Irão é considerado a principal ameaça à segurança por Israel, que recusa acreditar no caráter civil do seu programa nuclear e se preocupa com a expansão regional de Teerão e com o seu envolvimento militar na vizinha Síria.
Quanto à sunita Arábia Saudita, há décadas que disputa a liderança regional com o xiita Irão.