Mãe de Gabriel Cruz pede que não se fale da mulher que lhe matou o filho
Corpo da criança de oito anos foi descoberto domingo, na mala do carro da namorada do pai.
A mãe de Gabriel Cruz, Patricia Ramírez, pediu que "não se fale mais" de Ana Julia Quezada, a mulher detida pela suposta autoria da morte da criança de oito anos desaparecida desde 27 de Fevereiro, "que não se alimente a raiva e que se valorizem as boas pessoas". Em declarações à Onda Cero, na manhã desta segunda-feira, Patricia reagiu assim à manifestação espontânea que se realizou à frente da esquadra onde Ana Julia passou a noite.
Namorada do pai de Gabriel, a suspeita foi detida pelas autoridades quando transportava o corpo da criança escondido em cobertores na mala do carro. A mulher, segundo o El Pais, teria retirado a criança de um poço, onde a tinha deixado, por receio que fosse descoberto brevemente. As autoridades acreditam que agiu sozinha.
Com 35 anos e de origem dominicana, Ana Julia era a principal suspeita das autoridades e estava a ser vigiada. A decisão foi tomada depois de Ana Júlia ter descoberto uma camisola interior do menor, supostamente numa zona onde decorreram buscas exaustivas, com polícias, bombeiros, elementos da Protecção Civil, cães pisteiros e helicópteros. Todas elas sem sucesso.
Para Patricia Ramírez, a namorada do seu ex-marido "não merece que se lhe dê importância, nem que se fale dela". "Não quero que a Ana Júlia apareça em sítio nenhum ou que se façam publicações nas redes sociais repletas de raiva", disse, sublinhando: "o meu filho não era assim e eu não sou assim."
"Que [ela] pague o que tenha que pagar [na prisão], mas que o que resulte desta caso seja a fé e as boas acções praticadas por tanta gente e que fizeram sobressair o mais bonito das pessoas", acrescentando: "não quero que termine tudo na raiva espalhada por essa mulher."
A mãe de Gabriel aproveitou o momento para "agradecer a todos os que se envolveram fisicamente nas buscas", na investigação ou que enviaram à família mensagens de carinho.
A investigação está pendente dos resultados à autópsia de Gabriel, enquanto a suspeita continua a ser interrogada no comando da Guardia Civil de Almería.
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