Rangel diz que aceitação pelo Hamas de plano Trump "é grande oportunidade" para a paz

Chefe da diplomacia falava à margem de uma ação de campanha para as eleições autárquicas no Porto.

04 de outubro de 2025 às 15:06
Paulo Rangel Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
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O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse este sábado que a aceitação pelo movimento islamita palestiniano Hamas do plano Trump é "uma grande oportunidade para a paz e para a assunção para uma autoridade de transição na faixa".

"É uma grande oportunidade para a paz a circunstância de o Hamas ter aceitado o plano Trump para libertação dos reféns, instauração do cessar-fogo, retirada gradual das forças israelitas e assunção de responsabilidade governativa por uma autoridade de transição na faixa de Gaza", disse Paulo Rangel aos jornalistas.

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"Trata-se de algo que só temos de pedir às partes envolvidas que cumpram o que está no plano de Trump", disse o ministro acrescentando que "Portugal está orgulhoso de ter participado com França e a Arábia na declaração de Nova Iorque".

O chefe da diplomacia falava à margem de uma ação de campanha para as eleições autárquicas no Porto.

O Hamas afirmou estar disposto a libertar reféns de acordo com a "fórmula" do plano e reiterou a sua já expressa abertura à transferência do poder para um órgão palestiniano politicamente independente.

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O movimento acrescentou estar pronto para negociações imediatas para discutir os "detalhes" da libertação dos reféns, vivos e cadáveres.

Ressalvou, contudo, que aspetos da proposta referentes ao futuro da Faixa de Gaza e aos direitos palestinianos devem ser decididos com base numa posição palestiniana comum, firmada com outras fações e fundamentada no direito internacional.

O plano de Trump, divulgado na semana passada, propõe um cessar-fogo, a libertação dos reféns em 72 horas e o desarmamento do Hamas, acompanhado de um esquema de reconstrução de Gaza com apoio internacional.

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"Portugal está orgulhoso de ter participado com a França, com a Arábia Saudita, com muitos parceiros europeus e não europeus na declaração de Nova Iorque. Uma parte muito importante dos pontos que são essenciais ao plano Trump, está refletida nessa declaração", apontou Paulo Rangel, sublinhando a "oportunidade de, com os nossos parceiros, nos envolvermos na execução deste acordo".

Na sequência da tomada de posição do Hamas, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelou para que Israel cessasse imediatamente os bombardeamentos na Faixa de Gaza, mas o exército israelita declarou que continua a sua ofensiva na cidade de Gaza com ataques que provocaram cerca de três dezenas de mortos durante a manhã de hoje.

Confrontado pelos jornalistas, Paulo Rangel reforçou o apelo ao cumprimento do acordo.

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"O espírito do acordo é o cessar-fogo", disse.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, cerca de 40 dos quais continuam em cativeiro.

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A guerra na Faixa de Gaza fez dezenas de milhares de mortos, de acordo com números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos, e um desastre humanitário que tem forçado cerca de dois milhões de residentes a deslocarem-se repetidamente dentro do enclave.

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