Organização vendia 'pack' de legalização em Portugal. Quinhentos imigrantes deram a mesma morada para ter acesso ao Número de Utente e a cuidados de saúde pagos.
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Dez mil imigrantes ilegais foram inscritos de forma indevida no Serviço Nacional de Saúde por duas funcionárias administrativas da USF de Laços, em Cortegaça, no concelho de Ovar. As funcionárias públicas foram detidas pela Polícia Judiciária do Centro no âmbito da Operação ‘Gambérria’, que investiga, desde 2023, uma rede de auxílio à imigração ilegal que atua em diferentes pontos do País. “As senhoras recebiam através de WhatsApp a informação dos imigrantes que tinham de inscrever, sem preencherem os critérios [como o comprovativo de morada] e eram inscritos em massa. Estamos a falar de um universo de milhares de pessoas que foram legalizada no espaço de ano e meio. De tal forma que quase 500 pessoas deram a mesma morada numa rua de Lisboa”, explicou ao CM uma fonte da Polícia Judiciária (PJ) do Centro.
Através da obtenção do Número Nacional de Utente, os imigrantes consolidavam o processo de legalização em território nacional, a garantia de assistência médica através do SNS e ainda acesso ao cartão europeu de saúde. “Este é um esquema que envolve dezenas de milhões de euros. Apesar dos imigrantes terem sido legalizados em Portugal, muitos estão noutros países”, disse a mesma fonte.
Trata-se de um esquema com diversas “ramificações” que ‘vende’ um pack completo de legalização em Portugal e que envolve dezenas de pessoas, em diferentes setores. Os imigrantes envolvidos são oriundos do Brasil, Paquistão, Bangladesh e Nepal. Até ao momento, já foram detidas 16 pessoas envolvidas na rede, entre as quais empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
As duas funcionárias públicas, de 40 e 54 anos, portuguesas e inseridas na sociedade, nunca tiveram contacto com os imigrantes. Eram pagas em dinheiro por cabecilhas da organização. Suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva, associação de auxílio à imigração ilegal e falsidade informática, foram ontem presentes ao Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa e saíram em liberdade. Foram suspensas de funções na USF e proibidas de contactos entre elas e com os restantes membros da organização.
Megaoperação da PJ
A investigação dura desde 2023 e envolve centenas de inspetores em todo o País. Segundo a Polícia Judiciária, cada pessoa tinha a sua tarefa bem definida na organização. O negócio funcionava ‘online’ com diferentes ramificações, para clientes e intervenientes nos crimes em questão.
Esquema milionário
Já foram apreendidos à rede um milhão de euros em notas, 11 carros de alta cilindrada e presas de marfim de elefante. Foram arrestados 6 imóveis e contas bancárias.
Fase final
Foram detidas pessoas de diferentes áreas envolvidas no esquema. Tal como o CM noticiou, em maio foi detida uma ‘toupeira’ no Ministério dos Negócios estrangeiros. Segundo a PJ, a investigação chegou à sua fase final.
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