Zika: registados 606 novos casos numa semana
Especialistas criticam falta de meios disponibilizados.
Os casos de microcefalia e outras deformações neurológicas em bebés cujas mães foram infetadas pelo vírus Zika durante a gravidez explodiram na última semana de janeiro no Brasil. O novo boletim do Ministério da Saúde sobre microcefalia associada ao Zika confirma 4783 casos suspeitos desde 22 de outubro, quando o monitoramento começou a ser feito, e a morte de 76 bebés.
Na semana entre 24 e 30 de janeiro foram notificados 606 novos casos, duas vezes mais do que na semana anterior.
Na semana de 16 a 23, haviam sido referenciados e notificados 287 novos casos.
Do total de supostos casos de microcefalia associados ao vírus Zika notificados desde o início do monitoramento, 404 já foram confirmados, depois da realização de exames e contraprovas. Dos restantes, 709 não foram confirmados e a esmagadora maioria, 3670 casos, continua em análise, à espera do resultado de novos exames.
Os novos números mostram que não são suficientes, ou não estão a dar resultado, os esforços feitos pelas autoridades de saúde para conter a epidemia de Zika no Brasil, apesar das promessas de empenho total da presidente Dilma Rousseff. Além da falta de recursos e de planeamento denunciada por médicos e pesquisadores, medidas anunciadas pelo governo demoram a ser concretizadas, como a entrada das Forças Armadas no combate ao Zika e a entrega gratuita de repelentes a grávidas inscritas no programa assistencial Bolsa Família.
Anunciada com alarde pelo governo em janeiro, a ida de 220 mil militares para as ruas do país para localizar e destruir focos de multiplicação do mosquito transmissor do vírus só acontecerá a partir de dia 13. E o início da distribuição de repelentes a cerca de 400 mil grávidas carenciadas só acontecerá em abril, altura em que já terá passado o auge da epidemia.
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