Houthis prometem continuar a atacar navios ligados a Israel no mar Vermelho

Estados Unidos e Reino Unido iniciaram ofensivas contra alvos ligados aos rebeldes do Iémen.

11 de janeiro de 2024 às 23:53
Aeronave americana descola para se juntar aos ataques no Iémen Foto: Reuters
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Os Estados Unidos e o Reino Unido começaram a realizar ataques contra alvos ligados aos Houthis no Iémen, disseram quatro funcionários norte-americanos à Reuters, esta quinta-feira. 

Esta foi a primeira vez que foram lançados ataques contra o grupo apoiado pelo Irão desde que este começou a atingir navios internacionais no mar Vermelho no final do ano passado, ofensivas essas que prometem prosseguir.

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"Estes ataques são em resposta aos dos Houthis no mar Vemelho", disse Joe Biden, presidente dos EUA.

Rishi Sunak também reagiu: "O Reino Unido irá sempre mostrar a sua posição a favor da navegação livre e do comércio livre". Mais tarde, em comunicado, o primeiro-ministro do Reino Unido reforçou a "legítima defesa" inerente aos ataques "limitados, necessários e proporcionais" desferidos.

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Os Houthis, que controlam a maior parte do Iémen, têm atacado as rotas marítimas do Mar Vermelho para mostrar apoio ao Hamas. Os ataques têm perturbado o comércio internacional na principal rota entre a Europa e a Ásia, que representa cerca de 15% do tráfego marítimo mundial.

Os funcionários, que falaram sob condição de anonimato, revelaram que será dado em breve uma declaração formal para detalhar os ataques.

Esta quinta-feira, o líder do Houthi disse que qualquer ataque dos EUA ao grupo não ficaria sem resposta.

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As forças armadas dos EUA disseram na quinta-feira que os Houthis dispararam um míssil balístico anti-navio contra as rotas marítimas internacionais no Golfo de Aden, o 27º ataque do grupo desde 19 de novembro.

Os Houthis já confirmaram que estão a ser alvos de ataques realizados por parte dos EUA e Reino Unido. "A agressão americano-britânica contra o Iémen lançou vários ataques contra a capital, Sanaa, a província de Hodeidah, Saada e Dhamar", disse o oficial Houthi Abdul Qader al-Mortada na rede social X.

"O nosso país tem sido alvo de agressões massivas por parte de navios, submarinos e aviões de guerra norte-americanos e britânicos, e não há dúvida de que os Estados Unidos e o Reino unido terão que estar preparados para pagar um preço alto", realçou, por sua vez, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiro houthi, Hussein al Ezzi, na rede social X.

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Esta sexta-feira, um porta-voz dos rebeldes do Iémen garantiu os Houthis vão continuar a atacar navios ligados a Israel no mar Vermelho, acusando os EUA e Reino Unido de lançarem ataques injustificados. 

"Não há justificação para esta agressão contra o Iémen, uma vez que não houve ameaça à navegação internacional no mar Vermelho", disse Mohamed Abdel Salam.

Numa mensagem publicada na rede social X, o dirigente assegurou que "os alvos foram e continuarão a ser navios israelitas ou aqueles que se dirijam para os portos da Palestina ocupada".

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Reações internacionais

Já a China "está preocupada com a escalada das tensões no Mar Vermelho", declarou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, instando "as partes envolvidas a manterem a calma e a exercerem contenção, a fim de evitar que o conflito se alastre".

Para o Irão, "estes ataques arbitrários não terão outro resultado senão alimentar a insegurança e a instabilidade na região", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país. Naser Kanani condenou duramente os bombardeamentos como uma "ação arbitrária, uma clara violação da soberania e integridade territorial do Iémen e uma violação do direito internacional".

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