Sara Sharif, a menina que foi assassinada aos 10 anos e castigada com uma "constelação de ferimentos"
Pai da menor admitiu que a matou.
Sara Sharif, a menina de 10 anos que foi assassinada em agosto de 2023 em Inglaterra, é recordada como uma criança "alegre e confiante", com um "sorriro lindo". A criança terá tido uma vida marcada pela violência. O pai, Urfan Sharif, a madrasta, Beinash Batool e o tio, Faisal Malik estão agora a ser julgados pela morte da criança, depois de o pai da menor ter admitido que a matou.
O Tribunal Central Criminal de Inglaterra ouviu o testemunho de uma ex-vizinha da família, Rebecca Spencer, que disse que ouvia várias vezes gritos e choro de uma criança seguidos de um "silêncio de morte".
"Nessas ocasiões, só posso descrever o silêncio como 'silêncio de morte' e não consigo sequer imaginar o que terá acontecido para que o choro ou os gritos de uma criança se tornassem imediatamente silenciosos", disse Spencer no depoimento lido pelo procurador Emlyn Jones KC.
Chloe Redwin, uma outra vizinha cuja declaração também foi lida em tribunal, contou que ouvia sons de pancadas "chocantemente altos" seguidos de "gritos de cortar as entranhas" vindos da casa da família Sharif.
Chloe Redwin afirmou que ouviu uma mulher a gritar "cala a boca" e "vai para o teu quarto, sua bastarda". Segundo Chloe, os gritos podiam ser ouvidos "a qualquer hora do dia ou da noite", mas reparou que não aconteciam quando o "pai de família" estava em casa.
A vizinha disse que cumprimentava "muitas vezes" Urfan Sharif e acrescentou que pensava que ele estava "consciente do barulho que a família fazia, porque às vezes pedia desculpa".
Tanto Chloe como Rebecca disseram que Sara estava sempre bem vestida e que nunca a tinham visto com sinais de ferimentos.
"Constelação de ferimentos"
Os médicos que examinaram o corpo de Sara concluíram que a menina sofreu ferimentos durante um período de tempo "prolongado e sustentado". Foi dito que Sara tinha sofrido uma "terrível constelação de ferimentos" que sugeriam que a criança tinha sido amarrada e contida "talvez por longos períodos"."Sentiremos a tua falta"
O juiz ouviu que a menina foi encontrada com 10 fraturas na coluna vertebral, fraturas na clavícula direita, duas costelas partidas, ambas as omoplatas partidas, ambos os braços partidos, as mãos e três dedos. Os médicos encontraram também o que pareciam ser cinco marcas de dentadas no braço esquerdo de Sara, bem como uma na parte interna da coxa. Os testes revelaram que estas marcas não foram feitas pelos dois arguidos do sexo masculino, enquanto que a madrasta se recusou a fornecer uma impressão dentária para "efeitos de comparação", segundo o tribunal, citado pelo The Mirror
A autópsia revelou ainda uma marca de queimadura de ferro de engomar nas nádegas de Sara.
De acordo com o procurador Emlyn Jones, o exame ao corpo da menina mostrou que a alegação de Sharif de que a tinha espancado não estava "nem perto de descrever a extensão da violência e dos abusos físicos que Sara tinha sofrido" durante várias semanas.
"Sara não foi apenas espancada. O tratamento de que foi alvo, certamente nas últimas semanas da sua vida, foi terrível. Foi brutal. E durante todo esse tempo, estes três arguidos eram os adultos que viviam na casa onde Sara tinha vivido, onde tinha sofrido e onde tinha morrido", disse Emlyn Jones.
O procurador disse ao juiz que os três arguidos tinham todos "desempenhado o seu papel" na violência, afirmando que era "inconcebível" que apenas um deles tivesse agido sozinho.
"Cada um deles nega que tenha sido o responsável por qualquer violência e abuso. Cada um deles procura desviar a culpa para um ou ambos os outros, para transferir a responsabilidade para outra pessoa. Por outras palavras, estão a apontar o dedo uns aos outros", afirmou o procurador.
Os médicos que examinaram o corpo de Sara concluíram que a menina sofreu ferimentos durante um período de tempo "prolongado e sustentado". Foi dito que Sara tinha sofrido uma "terrível constelação de ferimentos" que sugeriam que a criança tinha sido amarrada e contida "talvez por longos períodos". O juiz ouviu que a menina foi encontrada com 10 fraturas na coluna vertebral, fraturas na clavícula direita, duas costelas partidas, ambas as omoplatas partidas, ambos os braços partidos, as mãos e três dedos. Os médicos encontraram também o que pareciam ser cinco marcas de dentadas no braço esquerdo de Sara, bem como uma na parte interna da coxa. Os testes revelaram que estas marcas não foram feitas pelos dois arguidos do sexo masculino, enquanto que a madrasta se recusou a fornecer uma impressão dentária para "efeitos de comparação", segundo o tribunal, citado pelo The Mirror. A autópsia revelou ainda uma marca de queimadura de ferro de engomar nas nádegas de Sara. De acordo com o procurador Emlyn Jones, o exame ao corpo da menina mostrou que a alegação de Sharif de que a tinha espancado não estava "nem perto de descrever a extensão da violência e dos abusos físicos que Sara tinha sofrido" durante várias semanas. "Sara não foi apenas espancada. O tratamento de que foi alvo, certamente nas últimas semanas da sua vida, foi terrível. Foi brutal. E durante todo esse tempo, estes três arguidos eram os adultos que viviam na casa onde Sara tinha vivido, onde tinha sofrido e onde tinha morrido", disse Emlyn Jones. O procurador disse ao juiz que os três arguidos tinham todos "desempenhado o seu papel" na violência, afirmando que era "inconcebível" que apenas um deles tivesse agido sozinho. "Cada um deles nega que tenha sido o responsável por qualquer violência e abuso. Cada um deles procura desviar a culpa para um ou ambos os outros, para transferir a responsabilidade para outra pessoa. Por outras palavras, estão a apontar o dedo uns aos outros", afirmou o procurador. "Sentiremos a tua falta"
Sara frequentava o 5.º ano da escola primária St Mary's, em Byfleet, onde a diretora Jacquie Chambers diz que os alunos e os professores vão sentir muito a sua falta. No ano passado, numa homenagem a Sara, a diretora Chambers disse: "Ela [Sara] era uma rapariga alegre e confiante que tinha um sorriso muito bonito. Estava cheia de ideias e era muito apaixonada pelas coisas em que acreditava".
"Sentiremos muito a falta da Sara e, enquanto comunidade escolar, estamos todos profundamente afetados por esta tragédia. Os nossos pensamentos, orações e simpatia estão com todos os afetados por esta notícia desoladora", finalizou a diretora da escola.
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