Têm celas de 2 metros e são despidos duas vezes por dia: A vida dos opositores de Putin na colónia penal da Sibéria
Despertar chega às 5h00 da manhã com o hino nacional russo a ser tocado num altifalante.
O despertar chegava às 5h00 da manhã com o hino nacional russo a ser tocado num altifalante. Depois, Vladimir tinha cinco minutos até os guardas lhe retirarem a almofada e o colchão. Por volta das 5h20, a estrutura de metal da cama era trancada para o opositor não se sente mais nela.
A cela tinha cinco metros de comprimento e 1,80 metros de largura. No meio havia uma mesa e um banco aparafusados ao chão. De acordo com o Daily Mail, os únicos pertences que lhe eram permitidos guardar era uma caneca, uma escova de dentes, um par de chinelos e uma toalha.
Mais tarde, ainda durante a manhã a comida era enfiada por uma pequena escotilha na porta da cela. Durante o resto do dia era permitido a Vladimir caminhar durante 90 minutos. No entanto, muitas vezes as temperaturas abaixo de zero não lhe permitem fazer o passeio durante todo esse tempo.
Todos os dias, por volta das 9h00 e às 17h00, o político da oposição russa tinha de ficar nu para que os guardas passassem com um detetor de metais nas suas roupas.
Segundo a mesma fonte, cada vez que era abordado, tinha que se identificar na fórmula oficial. Dizer o nome, a data de nascimento, quais os termos dos artigos a que foi condenado e a data de início e final da sentença.
Desde a morte de Alexei Navalny, o mais proeminente líder da oposição da russa, numa colónia penal semelhante no Ártico, Kara-Murza tornou-se um dos presos políticos mais destacados do país.
Tal como Navalny, Vladimir foi vítima de suspeita de envenenamento por Novichok, uma substância tóxica. Entrou em coma duas vezes, em 2015 e 2017. Como resultado, sofre de polineuropatia, uma doença nervosa que deixa as pernas dormentes.
A 26 de janeiro deste ano, Vladimir foi transferido para uma outra colónia penal, IK-7, também na Sibéria.
Esta medida foi tomada, disseram as autoridades, devido a uma "grave violação administrativa" cometida pelo opositor que faltou a um sinal de alerta que, segundo ele, nunca ocorreu.
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